Um antibiótico que “muda de forma” pode ser a mais nova arma para combater as bactérias resistentes a medicamentos, responsáveis por mais de 1,2 milhão de mortes em todo o mundo, no ano de 2019. A nova droga foi desenvolvida em um laboratório de Nova York, nos Estados Unidos.
Conforme a pesquisa apresentada pelo Cold Spring Harbor Laboratory (CHSL) na terça-feira (4), o remédio inovador é capaz de apresentar mais de 1 milhão de configurações em sua estrutura química. Dessa forma, ele se reorganiza para superar os mecanismos de defesa criados pelas cepas resistentes causadoras de infecções.
A equipe liderada pelo professor do CHSL, John E. Moses, utilizou a técnica da química do clique, processo molecular que ganhou o Prêmio Nobel de Química 2022, para desenvolver o medicamento. Outro elemento essencial para a descoberta foi a bullvalene, uma molécula fluxional cujos átomos trocam de posição facilmente.
Moses explicou que a ideia para criar o antibiótico metamorfo foi inspirada nos tanques de guerra com suas torres giratórias, que conseguem responder rapidamente às ameaças, de onde elas vierem. No modelo inicial, o acadêmico criou um remédio com a bullvalene no núcleo e o antibiótico vancomicina funcionado como “ogiva”, na parte externa.
Teste realizado com sucesso
A primeira versão do antibiótico que muda de forma para combater bactérias resistentes foi testada com sucesso em larvas de mariposas infectadas pela superbactéria VRE. Este patógeno é conhecido pela alta capacidade de propagação no ambiente hospitalar.
No estudo, o novo remédio apresentou maior eficácia na eliminação da infecção do que quando a vancomicina foi administrada sozinha. Além disso, a VRE foi incapaz de desenvolver resistência ao antibiótico metamorfo.
Conforme a equipe do CHSL, a combinação entre química do clique e o medicamento inovador pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte no combate às bactérias resistentes, salvando milhões de pessoas.
Fonte:TecMundo