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Surto de adoecimento de crianças pode ser reflexo da pandemia

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A prefeitura de Campo Grande espera conseguir até 30 leitos clínicos e mais cinco de UTI  para internação de crianças com o chamamento público a hospitais particulares que está abrindo a partir desta segunda-feira (03). A expectativa é de que parte destas vagas esteja disponível já a partir de quinta-feira e o restante, até o fim da próxima semana. A possível explicação para a explosão de casos de crianças doentes é reflexo da pandemia de coronavírus.

A contratação de leitos na rede particular foi decidida no último sábado, depois de semanas seguidas de reclamações sobre superlotação nas UPAS e nos hospitais que atendem crianças pelo SUS. Em média, 40 crianças ficam na fila de espera diariamente por vaga em hospitais.

E o principal responsável pelo surto de infecções respiratórias que Campo Grande está enfrentando  é uma variante do vírus sincicial, conforme a assessoria da Sesau. Este vírus, quando atinge crianças de até um ano, exige internação com urgência e em determinados casos é necessária a internação em UTI. E por causa do grande número de crianças infectadas, estão faltando vagas.

No dia 28 de março, pico do surto, 1.107 crianças foram atendidas nas UPAS e centros de saúde de Campo Grande. A situação melhorou um pouco e no sábado, dia primeiro de abril, foram 730 atendimentos, conforme Ana Paula Resende, superintendente da Rede de Atenção à Saúde da Sesau.

Mas apesar desta redução, a gravidade dos casos aumentou. Até o início da semana passada, 9% destas crianças precisavam de internação. Agora, este percentual aumentou para 18%, conforme Ana Paula. E exatamente por isso é que a prefeitura está tentando contratar leitos privados.

Porém, nada garante que haverá sucesso neste chamamento público. Isso porque pelo menos três dos principais hospitais que poderiam desafogar a rede pública também estão superlotados. “Cassems, Unimed e São Lucas estão solicitando vagas para nós o tempo inteiro porque a procura está acima do normal”, diz Ana Paula.

REPRESAMENTO

E o que explica esta “explosão” de casos de crianças acometidas pelo vírus sincicial? Conforme Ana Paula Resende, que é enfermeira, fenômeno parecido está ocorrendo em outras cidades brasileiras. A suspeita, segundo ela, é que muitas crianças que ficaram isoladas durante os dois anos de pandemia não tiveram contato com este vírus e agora todas estão sendo acometidas ao mesmo tempo. Ela explica, porém, que o vírus sincicial é “super comum” e que depois que a criança teve contato pela primeira vez passa a adquirir imunidade.

Mas, apesar de ser comum, pelo menos duas mortes de bebês estão sendo atribuídas ao vírus desde o começo do ano em Campo Grande. Por isso, para evitar novas mortes, os leitos privados que forem contratados agora ficarão disponíveis até o fim de maio, período em que o surto deve estar superado, acredita Ana Paula.

De acordo com a Sesau, este aumento se dá pelo convívio com outras crianças nas escolas, ampliando as trocas de itens pessoais, associadas às variações de temperaturas comuns durante o verão, o que provoca o crescimento dos casos de resfriados e gripes nestes grupos.

Ainda conforme a Sesau, é comum que logo após o início das aulas haja um crescimento no número de atendimentos nas unidades de urgência e emergência, principalmente em crianças com sintomas respiratórios.

 

Fonte:CE

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