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Covid-19 favorece alta de internação por síndrome respiratória grave

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Dados da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tem mantido os índices de internação em Mato Grosso do Sul elevados. Para especialistas, a Covid-19 continua contribuindo para o crescimento das notificações de SRAG no Estado.

Segundo o pediatra Alberto Costa, a Covid-19 pode deprimir o sistema imunológico do indivíduo, tornando a pessoa suscetível a casos mais agudos de SRAG.

A infectologista Mariana Croda comenta que, além das sequelas respiratórias da Covid-19, o sistema de vigilância em saúde está mais eficaz e, com isso, as notificações também aumentam.

De janeiro até a metade do mês de março de 2022, foram registradas 4.414 hospitalizações por SRAG no Estado. Em 2021, no mesmo período, foram 4.554 hospitalizações em decorrência da síndrome.

De janeiro a 17 de março de 2023, foram notificados 1.124 casos de hospitalizações por SRAG. Apesar de haver uma queda em relação aos casos de 2021 e 2022, os índices ainda são maiores que os do período pré-pandemia.

No mesmo período de 2020, momentos antes de Mato Grosso do Sul registrar um surto de Covid-19, foram notificados 64 casos de SRAG. Os dados de internação não estão disponíveis no boletim epidemiológico de influenza da época.

Dados da SES apontam que, de abril a novembro de 2019, houve 1.634 casos de SRAG no Estado. O número de hospitalizações não foi publicado, mas o pico de internações foi registrado na 24ª semana, com menos de 110 pessoas internadas em decorrência da síndrome. Já em 2018, os registros são de 1.028 casos de SRAG.

Ou seja, os números de hospitalizações de 2023 já superam os casos de SRAG de antes da pandemia.

Além da Covid-19, outros quadros também podem desencadear síndromes respiratórias mais agudas, como a influenza e a bronquiolite.

Conforme dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além de Mato Grosso do Sul, outros 15 estados do País apresentaram um aumento de casos de SRAG, entre eles, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

CRIANÇAS

Em Mato Grosso do Sul, 46,6% dos casos de hospitalização por SRAG são de crianças menores de nove anos. Nesse recorte, 17,7% são menores de um ano de idade.

O pediatra Alberto Costa explica que, quanto menor a criança, mais graves são os quadros respiratórios.

“Nos três primeiros anos de vida, a imunidade não está completa, então a criança está mais exposta a esses fatores virais e bacterianos”, disse.

A infectologista Mariana Croda ressalta que as crianças acabam sendo o principal vetor de doenças respiratórias graves, inclusive de outras doenças.

Uma das principais hipóteses para o aumento expressivo é o retorno dessas crianças ao ambiente escolar após o longo período de isolamento social, causado pela pandemia.

“Durante o retorno e a exposição a vários vírus circulando ao mesmo tempo, houve um aumento significativo na população pediátrica e logicamente que as crianças disseminam no seu ambiente, e nos adultos também houve aumento dos quadros respiratórios concomitantes”, disse a infectologista.

Além da SRAG, a Covid-19 também é um fator preocupante na população infantil. Alberto Costa relata que, atualmente, “a Covid-19 nas crianças é a doença imunoprevenível que mais mata no País, e esses óbitos são preferencialmente por insuficiência respiratória aguda”.

BACTÉRIAS

Além dos vírus, bactérias também podem agravar os casos de síndrome respiratória aguda grave. De acordo com Alberto Costa, eventualmente, qualquer pessoa saudável pode contrair uma bactéria extremamente agressiva e acabar desencadeando um quadro respiratório grave.

Mesmo em pessoas saudáveis, essas bactérias podem afetar o sistema respiratório rapidamente. Como foi o caso do deputado estadual Amarildo Cruz, que faleceu na sexta-feira (17), em decorrência de uma bactéria que afeta o pulmão.

De acordo com Alberto Costa, a maior prevenção disponível são as vacinas, e atualmente existem doses que protegem contra a pneumonia.

Além disso, doenças preexistentes, como obesidade mórbida, diabetes e cardiopatias, que deixam as pessoas mais expostas a bactérias mais agressivas, podem diminuir a imunidade, bem como hábitos não saudáveis, como o tabagismo, também favorecem quadros respiratórios graves.

 

Fonte:CE

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