O secretário estadual de saúde, Maurício Simões, convocou nesta terça-feira (7) a população de Mato Grosso do Sul a buscar os postos de saúde e colocar as vacinas em dia, em especial a vacinação infantil. O apelo foi feito durante evento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), onde foi ressaltada a importância em retormar os índices de imunização de outros anos.
Simões afirmou que a campanha de imunização teve início cerca de duas semanas antes do restante do País, em 14 de fevereiro. “Não existe nenhum motivo para as vacinas estarem nos congeladores”, pontua.
O titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde) afirmou que trabalha na busca da população para receber as doses e que estuda quais os próximos passos para ampliar a vacinação. “A divulgação está sendo feita, mas acontece que todo mundo tem que participar. Inclusive, nós todos devemos perguntar no WhatsApp, para o parente ou para o vizinho, e questionar: ‘Você já se vacinou?”
No evento sobre conscientização para a vacinação, no auditório do Bioparque, em Campo Grande, o pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da USP (Universidade de São Paulo), José Cássio, apresentou dados de cobertura vacinal de nascidos em 2017 e 2018 de aproximadamente dois terços da população brasileira.
Durante 24 meses, foram analisadas 38 mil crianças, para identificar estratégias que deveriam ser feitas para ampliação das doses. Do total, cerca de 50% da população recebeu todas as dessas. A média da região Centro-Oeste foi de 65%.
Para Cássio, as descobertas são um resultado “extremamente baixo” e também foram identificadas falhas no sistema de inserção de dados de vacina. “Está bem incompleto”, resume.
Ele acredita que o poder público precisa estimular a vacinação, fazer a população ter confiança nos imunizantes, que são comprovados cientificamente. “É preciso que as pessoas não duvidem, que tenham a confiança que perderam durante os últimos anos de desinformação.”
Cássio ressalta que a imunização contra a covid-19 enfrentou diversas resistência, por falta de consenso entre os entes municipal, estadual e federal. “Para ampliar, é preciso de um programa de governo transversal, incluindo algumas pastas, como a Educação, para que se consiga chegar nas crianças que não foram vacinadas.”
“Nenhuma vacina tem 100% de proteção, mas elas são fundamentais para que a gente não retorne com doenças preveníveis”, finaliza.
Fonte:CGN