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Preços pagos aos produtores e exportadores caem; carne se mantém cara para consumo

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Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) mostram que o ano começou com o preço em baixa para o mercado internacional saindo de Mato Grosso do Sul.

Em janeiro deste ano, o preço médio por tonelada ficou em US$ 4.560, 7,5% mais baixo no comparativo com os US$ 4.930 de janeiro do ano passado. Na outra ponta, o consumidor não sente o mesmo efeito porque os preços permanecem praticamente estáveis.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o quilo da carne bovina de primeira apresentou redução de 1% no mesmo comparativo de um ano.

Enquanto em janeiro de 2022 o sul-mato-grossense desembolsava, em média, R$ 40,01 por quilo de cortes como coxão mole, coxão duro e patinho, no mês passado, o consumidor pagou R$ 39,58 pelo quilo.

A queda no valor pago ao exportador se deu em todos os estados com pecuária de exportação fortalecida, como São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Tocantins e Rondônia. No caso de Mato Grosso Sul, a diferença é de US$ 370 por tonelada.

Nos três anos anteriores, os preços foram menores. Em 2021, o preço médio pago aos frigoríficos ficou em US$ 4.160. Já em 2020, foram US$ 4.100, e em 2019 ficou em US$ 3.460.

Em quantidade de toneladas exportadas e valores faturados, houve uma sequência de alta. Em janeiro de 2019, foram 13.366 toneladas, com faturamento de US$ 46 milhões. Em janeiro de 2020, o número ficou em 14.665 toneladas e US$ 60 milhões.

Já em 2021 houve uma pequena diminuição, para 12.268 toneladas e faturamento de US$ 51 milhões. Em 2022, aumentou para 15.389 toneladas e US$ 76 milhões, e este ano foram 19.076 toneladas com um valor arrecadado de US$ 87 milhões.

COTAÇÃO

O Boletim Casa Rural, da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), de janeiro deste ano mostra que houve desvalorização do preço da arroba pago ao produtor.

O valor médio para o produtor caiu 18%. A arroba do boi gordo estava cotada a uma média de R$ 310 em janeiro de 2022 e no mês passado foi a R$ 252, no mercado físico de Mato Grosso do Sul .

Segundo o boletim, “a pressão sobre os preços é reflexo da condição desfavorável da demanda.

O consumo mais retraído inibe o escoamento da carne bovina e possibilita à ponta compradora ofertar valor menor pela arroba, tendo em vista que reduz a necessidade de animais e propicia escalas de abates mais confortáveis”.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, destacou que esta queda de preços praticados no mercado internacional não é uma realidade habitual do início de ano.

“Houve uma retração do mercado asiático, porém, nos últimos dez dias essa tendência começou a se reverter e daqui a um mês isso poderá ser realmente mais visível. Precisamos trabalhar para o preço chegar a superar R$ 300. Hoje está em R$ 270 e esse valor não nos interessa. Queremos um misto de aquecimento do mercado interno e melhores preços internacionais”, pontuou.

No início deste ano, o preço da arroba do boi gordo na Bolsa brasileira, B3, se desvalorizou. No contrato de janeiro deste ano, a arroba foi negociada a R$ 279,90 e significou queda de 3,13% ante o valor de R$ 288,95 do início do mês.

No vencimento de fevereiro de 2023, a desvalorização foi de 3,68%, com valor de R$ 279,80 no fechamento de 13 de janeiro. O contrato de março deste ano se desvalorizou 4,17% entre os dias 2 e 13 de janeiro, com a arroba encerrando o período a R$ 279,10.

Para maio de 2023, a queda no valor da arroba foi de 4,62%, com cotação de R$ 273,75. Para o vencimento em outubro de 2023, o valor da arroba, a R$ 290,90, se desvalorizou 1,91%.

 

Fonte:CE

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