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Dengue vem forte e 2023 já tem sete vezes mais notificações em janeiro

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O ano de 2023 começou com elevado número de casos suspeitos em Mato Grosso do Sul. Apenas nas primeiras três semanas de janeiro, foram registradas sete vezes mais notificações de prováveis casos da doença que no mesmo período do ano passado.

Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), até ontem, foram registrados 1.826 casos suspeitos de dengue em Mato Grosso do Sul.

Na terceira semana do ano, 606 casos foram registrados, 494% maior que o registrado no mesmo período de 2022, quando foram contabilizados 102 registros.

Nos dados divulgados pela SES em 19 de janeiro de 2022, os números registrados na época foram de 255 casos suspeitos, 86% menor que a quantidade de ocorrências neste mesmo período em 2023.

Segundo a SES, o motivo do aumento dos casos se dá pelo mês de janeiro ser mais propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, é responsável pela zika e chikungunya.

“Não se trata de um aumento repentino, janeiro é um mês que podemos esperar esse crescimento de casos por conta do clima propício para proliferação do mosquito. Por isso, a importância de se manter quintais e casas limpos”, informou a SES em nota.

A secretaria reitera que a Pasta realiza ações em todos os períodos do ano e conta com o apoio dos 79 municípios por meio da vigilância epidemiológica e controle de vetores.

“A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar possível criadouro do mosquito, como em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, tampas de garrafas, por exemplo. Dessa forma, a população pode ajudar cuidando do seu quintal e casas”, declarou a secretaria.

Os dados epidemiológicos estaduais deste início de ano apontam ainda que os municípios de Bodoquena, Bonito e Caracol são as que estão com os maiores registros de alta incidência de casos prováveis, por quantidade de habitantes.

Bonito é a cidade com maior número de casos confirmados de dengue, com 71 ocorrências, Caracol se encontra com 23 casos e Bodoquena tem 18.

Segundo o boletim, 17,80% das pessoas registradas como casos prováveis da doença têm de 30 a 39 anos. No ano passado, foram confirmados na Capital 8.234 casos e sete óbitos provocados pela doença.

TERRENO BALDIO

Ao Correio do Estado, a auxiliar de saúde bucal Silvana Paiva relatou que os moradores da região do Bairro Parque Novos Estados convivem há meses com a situação de abandono, que serve como criadouro do mosquito da dengue.

“Há poucos metros do Centro de Referência de Assistência Social [Cras] aqui no nosso bairro, temos uma situação de abandono completa. E me preocupo que nessa época de chuvas a dengue aumente”, disse.

Paiva salientou que ela e alguns vizinhos costumam limpar o local por conta própria, mas que sem a contribuição do poder público e dos demais moradores a sujeira prevalece.

“Tentamos fazer a nossa parte, e por vezes eu mesma limpei parte de terreno, mas, no dia seguinte, pessoas já haviam depositado lixo e entulho tudo de novo. É um total descaso o que está acontecendo, o que coloca a saúde de todo mundo em risco”, reiterou a profissional de saúde.

No Bairro Mata do Jacinto, a situação não é diferente. Há poucos metros da Unidade Básica de Saúde Dr. Ademar Guedes de Souza, o cenário é de descaso em um terreno repleto de sujeira e embalagens que servem como depósito das larvas do Aedes aegypti.

O estudante Mateus Batista, 21 anos, afirmou à reportagem preocupação com o aumento de casos de dengue na Capital.

“Acredito que os mutirões deveriam voltar à ativa. Aqui no meu bairro, há poucos metros do posto de saúde, o cenário é de abandono, com lixo que serve só para o mosquito da dengue se proliferar. Ficamos com receio. E não adianta apenas o poder público fazer as ações se a população continuar contribuindo para o aumento de casos”, salientou.

Em levantamento feito pela Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) de Campo Grande foi notado que baldes, pneus e tambores estão entre os objetos com maior número de focos do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue.

O balde doméstico (de plástico) apareceu em primeiro do ranking de predominância, seguido pelos pneus, que normalmente fazem parte dos materiais de maior potencial de criadouro de mosquitos.
A lista de criadouros em potencial tem o pneu com predominância de 13,52% dos focos, seguido de tambor (9,18%); pote (8,42%); caixa d’água (7,65%); vaso de planta (5,87%); prato de planta (4,08%); piscina (3,83%); lata (3,32%).

MÉTODOS DE COMBATE

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande, informou que o itinerário do fumacê é definido todos os dias no fim da manhã e com base no levantamento de incidência da dengue nos bairros.

As equipes atuam das 16h às 22h, e se houver chuva ou vento forte dentro deste horário o trabalho é interrompido, porque o tempo adverso dificulta a ação e a eficácia do inseticida.

Conforme orientação da Pasta, quando o fumacê passar nas ruas, os moradores devem manter as portas e as janelas abertas para que o produto possa entrar na residência.

Sobre o projeto Wolbachia, que consiste na soltura de mosquitos em Campo Grande, com a bactéria que impede a proliferação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, nesta semana, está sendo executada a última etapa (sexta fase) do projeto na região Lagoa.

 

 

Fonte:CE

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