A fronteira do Brasil com a Bolívia, por Corumbá, fechada há 27 dias, reabriu nesta quinta-feira (17) para passagens de caminhões com carga, depois de decisão em reunião. São apenas dois dias de liberação. A mobilização acontece do lado boliviano, onde a população exige a antecipação em um ano do censo demográfico marcado para 2024.
A reunião aconteceu na noite desta quarta-feira (16) entre os movimentos cívicos – que lideram o Paro Cívico – e a Associação de Transporte Pesado da Bolívia, que decidiram abrir a linha internacional com Corumbá. Conforme o site Diário Corumbaense, a liberação é das 8h às 12h, desta quinta-feira, 17 de novembro, e na sexta-feira (18), das 4h até às 9h, quando caminhões poderão atravessar da Bolívia para Corumbá.
O presidente do Comitê Cívico Arroyo Concepción, Antonio Chávez Mercad, disse que a liberação só será para caminhões e carretas carregadas de mercadorias que estavam aguardando na Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados). “Depois de cumprir essas medidas, voltaremos a fechar a fronteira e ninguém irá passar. Não reabriremos enquanto o decreto presidencial se torne lei, passando pela Câmara de Deputados e pelo Senado. Além disso, temos outras exigências, como a liberação de três pessoas que foram presas durante os protestos, aqui em Puerto Quijarro”, disse.
Há 27 dias – A fronteira da Bolívia com Corumbá foi fechada no dia 22 de outubro. A mobilização acontece do lado boliviano, onde a população exige a antecipação em um ano do censo demográfico marcado para 2024. Puerto Quijarro fica no departamento de Santa Cruz. O último levantamento foi realizado há mais de uma década, o que impacta na distribuição de recursos e de cadeiras no Congresso.
Os Comitês Cívicos permitiram desde o início da mobilização que pessoas com consultas médicas agendadas e ambulâncias terão acesso livre para cruzar a fronteira.
Até agora, ao menos uma pessoa morreu durante o enfrentamento entre bolivianos contrários e favoráveis ao ato. Segundo o jornal boliviano El Deber, a vítima foi Julio Pablo Taborga, mais conhecido como “Viborita”, morador de Arroyo Concepción.
O chefe da Alfândega da Receita Federal, Erivelton Moyses Torrico Alencar, explicou que 85% das exportações do Centro-Oeste brasileiro saem por Corumbá e esse fechamento impede o fluxo de mercadorias. Os prejuízos nas exportações e importações para os dois países já somam mais de R$ 900 milhões, conforme a Receita Federal.
Vale destacar que o comércio corumbaense também está sendo prejudicado, já que a alta do dólar e a desvalorização do real era um atrativo para os consumidores bolivianos no Brasil. Esse é o terceiro “paro cívico” em protesto ao Censo. O primeiro foi em 25 de julho e o segundo no dia 8 de agosto.
Fonte:CGN