A fronteira do Brasil com a Bolívia em Corumbá, está fechada há 17 dias. Sem acordo com os bolivianos para reabertura, empresas desistiram de exportar seus produtos que agora estão em depósitos. Sindicato logístico estima prejuízo acima de 60 milhões de dólares.
Presidente da Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal), Lourival Vieira Costa Júnior, afirma que a estimativa é de que cada carga parada gere prejuízo de 5 dólares por dia. Passam cerca de 800 cargas por dia na fronteira.
“É um prejuízo que passa dos 60 milhões de dólares. Agora as empresas desistiram de enviar cargas vivas e perecíveis, os demais produtos estão em depósitos das transportadoras, já lotados”, afirma Lourival.
Mobilização quase se iguala a ato de 2019
Em 2019 os bolivianos realizaram os “21 dias de Paro”, como ficou conhecida a manifestação que acabou na queda do presidente Evo Morales. O protesto atual quase se iguala ao ato de 2019, considerado o maior até agora.
De acordo com o site Diário Corumbaense, na linha internacional que divide os dois países, há montes de terra, cavaletes e pedaços de pau que impedem o tráfego de veículos. Apenas é permitido cruzar a linha internacional a pé ou ambulâncias e veículos com pacientes que necessitem de atendimento médico em Corumbá.
Manifestantes pedem realização do Censo
Os conflitos fazem parte de atos classificados como “medidas extremas” para pressionar o governo de Luis Arce a realizar o Censo Demográfico em 2023 e não em 2024. O Censo disponibilizará novos dados populacionais “em tempo hábil”, sendo possível novo pacto fiscal antes do próximo período eleitoral.
De acordo com lideranças do Paro Cívico, o levantamento precisa ser realizado o quanto antes, pois o Estado de Santa Cruz de La Sierra e outros departamentos são os mais prejudicados, já que o último foi realizado em 2012 e de lá para cá muita coisa mudou.
Rota de exportação de MS
A fronteira seca é a única rota de exportação dos produtos do Estado para a Bolívia. Então, entre janeiro e setembro de 2022, passaram por Corumbá 80 produtos, sendo 69 para exportação e 11 vindos de importação.
Corumbá é o 4° principal município exportador de Mato Grosso do Sul, segundo dados da Balança Comercial compilados pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Entre janeiro e setembro, o município foi responsável pela exportação de itens que somaram 241 milhões de dólares, representando 5,46% de todos os produtos do Estado enviados a outros países. Na comparação com o mesmo período de 2021, as exportações pelo município aumentaram 40% em termos de faturamento.
Fonte: MM