Durante o 1º semestre de 2022 a Polícia Militar Ambiental (PMA) capturou 1.171 animais silvestres, sendo 62 deles vítimas de atropelamento nos centros urbanos e nas rodovias do estado.
Os dados gerais são um pouco melhores do que os do mesmo período de 2021, quando 1.348 animais já haviam sido capturados pela PMA, a redução foi de 177 animais resgatados no período atual.
Apesar dessa diminuição, os números chamam atenção para os atropelamentos em rodovias: no comparativo com o mesmo período de 2021, houve aumento de 39 para 45 resgates.
Vale lembrar que esses são os números de animais que sobreviveram aos atropelamentos, já que o número de animais que morrem todos os dias nas rodovias do estado é incalculável devido à grande quantidade de rodovias e ao número elevado de atropelamentos.
O Tenente Coronel Queiroz, da PMA, explicou que ações de educação ambiental estão sendo feitas há um tempo para motivar as pessoas a entrarem em contato para resgates, e explica que o atropelamento de animais não é considerado crime:
“Não é crime o atropelamento não-intencional, não é como no trânsito que você tem o crime culposo. No crime ambiental não há crime culposo contra a fauna. A gente fez a campanha e as pessoas têm avisado mais”.
A maior parte desses animais é encaminhada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado na Capital. No interior, alguns são soltos em reservas florestais nas redondezas, depois de laudos de médicos veterinários e biólogos constatando que são bravios e daquele habitat, da região de onde foram capturados.
Cenário propício
As cidades do Mato Grosso do Sul são caracterizadas por conservar muitas áreas de flora nos perímetros urbanos, conservando também a fauna ali existente. Esse ambiente conectado aos perímetros urbanos acaba levando os animais a entrarem em locais habitados.
Apenas no primeiro semestre de 2022 foram 1.109 animais capturados, alguns andando por vias públicas e outros em locais mais inusitados. Em nota, a PMA citou como exemplo capivaras encontradas dentro de armários e fossas; antas dentro de piscina e em tanques de tratamentos de esgotos; jacarés em lagoas de tratamento de indústria e dentro de residências; gambás dentro de máquina de lavar e em forro de residências; serpentes e lagartos em áreas de motores e dentro de veículos; tamanduá-bandeira dentro de churrasqueira, de fossa e dormindo em quarto onde havia crianças, entre outros.
Além da urbanização invadindo os espaços de habitat dos animais, o desmatamento legal e também o ilegal, que acontecem nas circunvizinhanças das cidades, reduzem esse habitat e o alimento da fauna silvestre, que cada vez mais, precisa percorrer maiores distâncias na migração em busca de alimentos e acabam adentrando os perímetros urbanos.
Polícia Militar Ambiental
A captura de animais silvestres é um trabalho executado pela Polícia Militar Ambiental desde sua criação há mais de 35 anos. Além das capturas, os resgates de animais feridos em rodovias e nos perímetros urbanos têm sido uma constante e vem crescendo a cada ano, em virtude de trabalhos de Educação Ambiental realizados em escolas, bem como à população em geral, com foco nos motoristas, para a minimização dos atropelamentos, tanto nas rodovias, como nos perímetros urbanos e principalmente para que se façam o socorro dos animais, fator que, se não surte efeito nos motoristas que atropelam, surte em outras outros motorista e outras pessoas que comunicam os casos dos animais feridos nos acidentes.
Se encontrar algum animal silvestre em risco, atropelado, ou em áreas urbanas, entre em contato com a PMA: (67) 3357-1500.
Fonte:CE
