O biólogo, jornalista e fotógrafo Daniel de Granville ficou conhecido por uma tarefa que é encarada por poucos: há 15 anos, ele fotografa sucuris, por vezes gigantes, em expedições especiais. Os registros são feitos no Mato Grosso do Sul, única região do mundo onde pode-se encontrar, simultaneamente, águas cristalinas e sucuris.
Um vídeo que chamou atenção nacionalmente foi o de uma cobra desse tipo no fundo do rio Formoso, em Bonito. Nas imagens, é possível ver que Daniel fica muito perto, “cara a cara” com a serpente gigante de aproximadamente seis metros.
Segundo o biólogo, o encontro foi em 2018, mas ele só divulgou o vídeo há poucos dias.
Confira vídeo das expedições:
“Pela nossa experiência de vários anos procurando essas serpentes, ela era uma fêmea grande, bem próxima ao tamanho máximo que já vimos. Claro que é difícil estimar com precisão apenas olhando, mas já tive a oportunidade de acompanhar a medição feita por uma pesquisadora e deu aproximadamente 6 metros”, explica.
Expedições
Desde 2007, o brasileiro lidera pequenos grupos em expedições fotográficas para procurar sucuris e fotografá-las. Um dos motivos, segundo ele, é desmitificar os animais.
“Nestes anos todos, tive o privilégio de presenciar cenas raras, como sucuris se acasalando, se alimentando e até mesmo uma fêmea que devorou um macho, o que rendeu um registro na National Geographic feito pelo fotógrafo brasileiro Luciano Candisani”, comenta.
O hobby de mergulhar virou profissão após um fotógrafo subaquático de Israel procurá-lo para captar imagens de sucuris. Desde então ele trabalha como guia de outros fotógrafos também, para garantir a segurança deles e também “que eles consigam ótimas fotos”.
“O acasalamento das sucuris é um sistema reprodutivo chamado “poliandria”, onde vários machos se revezam na cópula com uma única fêmea. Elas são muito maiores e mais pesadas, em casos extremos uma fêmea adulta pode pesar até 40x mais do que um macho adulto”, pontua.