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Corumbá é a cidade do Estado que mais contribui para danificar a camada de ozônio

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A segunda edição do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) apontou que moradores e, principalmente, propriedades rurais no Pantanal são responsáveis por 18% da emissão no Brasil, ficando só atrás do bioma Amazônia (64%).

Além disso, Corumbá figura como a principal cidade de Mato Grosso do Sul a contribuir com essas emissões de gases para atmosfera e no acumulado de 19 anos, é o município no setor agropecuário que mais contribuiu na emissão de gases.

O levantamento apontou que, em 2019, os municípios da Capital do Pantanal e Cáceres (MT), juntos, contribuíram com 49% das emissões do Pantanal.

O estudo, divulgado nesta segunda-feira (13), relacionou os 10 municípios que mais emitiram gases de efeito estufa e estão contribuindo para mudanças significativas no clima.

O SEEG é uma iniciativa do Observatório do Clima, que tem atuação há 20 anos para monitorar as condições no meio ambiente com as intervenções humanas que ocorrem no país.

A emissão desses gases tem uma ligação muito forte com os incêndios florestais e os dados divulgados referem-se a 2019, período que foi iniciado uma seca mais extrema no Pantanal e o fogo passou a se alastrar sem controle no bioma.

Em 2020, período que ainda não houve análise, também registrou grandes ocorrências.

Responsável também por contribuir na emissão do CO2, a agropecuária está no radar do Observatório do Clima.

Houve um estudo comparado para identificar como a fonte gado de corte teve participação nessas emissões e se, apesar desses registros, as riquezas geradas pelo setor auxiliaram a equacionar a distribuição de recursos onde há maior prática da criação.

“Nesta edição, o SEEG cruzou dados de emissão com o valor do PIB Agropecuário nos municípios, levantado pelo IBGE. O levantamento mostra que os dez municípios mais emissores em 2019 (localizados no bioma Amazônia) não estão entre aqueles com maior PIB Agropecuário. Ou seja: as emissões não resultam em ganhos econômicos para os municípios”,  apontou o Observatório do Clima, no estudo.

“Os dez com maior PIB Agropecuário possuem o perfil de emissões e de uso do solo mais relacionados com atividades de produção agrícola, diferentemente dos dez que mais emitem, que têm atividades relacionadas com a pecuária. Isso demonstra como as escolhas de uso da terra influenciam as emissões nos municípios”, acrescenta.

De acordo com o trabalho, o enfoque na recuperação de áreas degradadas pode auxiliar em medidas de sequestro de carbono e reduzir impactos negativos no meio ambiente.

O estudo reforçou a necessidade de ações mais sustentáveis no setor agropecuário para permitir que as emissões sejam reduzidas.

“Dos dez municípios que mais emitiram no setor (agropecuário) em 2019, a maior parte das emissões foi gerada no bioma Amazônia (64%), seguido por Pantanal (18%), Cerrado (11%) e Pampa (7%). No Pantanal, apenas dois municípios, Corumbá (MS) e Cáceres (MT), são responsáveis, juntos, por 49% das emissões no bioma”, indicou a segunda edição do SEEG.

O gado de corte, atividade econômica mais direcionada para a região do Pantanal, e a criação de bovinos para a produção do leite são duas matrizes que estão muito presentes nos municípios que mais emitem gás carbônico para atmosfera.

Isso ocorre por conta do processo de digestão dos animais, chamada fermentação entérica.

O estudo indica que são esses animais que geram as maiores emissões de metano (CH₄), principal gás de efeito estufa do setor da agropecuária.

As cidades com a maior concentração na criação são São Félix do Xingu, no Pará, que tem o maior rebanho do país, foi o que mais emitiu em 2019, totalizando 4,5 MtCO2e, seguido por Corumbá (MS) e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), com 3,6 MtCO2e e 2,4 MtCO2e, respectivamente.

“No quesito emissões acumuladas no período 2000-2019, o município de Corumbá (MS) é o primeiro do ranking, com total acumulado de 74,5 MtCO2 e, seguido por São Félix do Xingu (PA) e Ribas do Rio Pardo (MS), com 73,7 e 49,9 MtCO2e, respectivamente”.

“Os dez municípios que mais emitiram no setor em 2019 não estão entre aqueles com maior valor de PIB Agropecuário. Os dez municípios com maior PIB Agropecuário apresentam emissões mais relacionadas com a agricultura, diferentemente dos dez que mais emitem com atividades de pecuária. Sinal do potencial para produzir com baixas emissões nesses locais”, reforçou o Observatório do Clima.

Outros setores da economia

• São Paulo lidera as emissões no setor de energia com 11,9 MtCO2e, seguido por Manaus (7,5 MtCO2e) e Rio de Janeiro (5,6 MtCO2e).

• Municípios mais populosos, como as capitais, têm no setor de energia sua principal fonte de emissão, sobretudo devido ao consumo de combustíveis fósseis nos transportes.

• Florianópolis apresenta a maior taxa de emissões por habitante derivadas do transporte rodoviário individual (774 kg de CO2e), seguida por Campo Grande (665 kg de CO2e) e Brasília (636 kg de CO2e).

• Município com o maior número de termelétricas no país (a gás e a diesel), Manaus é o que mais emite no subsetor de geração de energia elétrica.

• Cuiabá é a cidade com maior capacidade instalada para geração de energia solar no país, seguida por Brasília.

• Em Macaé (RJ), uma das cidades onde está prevista a expansão de termelétricas, a qualidade do ar é inadequada, com concentração de poluentes como ozônio acima do nível recomendado pela OMS.

• O setor de processos industriais é marcado pela escassez de dados de atividades que permitam estimativas mais precisas de suas emissões associadas. Serra (ES), que abriga uma siderúrgica, lidera as emissões que puderam ser alocadas nos municípios neste setor, com 9 MtCO2e, seguido por Ipatinga (MG), com 4,5 MtCO2e.

Fonte:CE

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