O preço médio da tarifa aérea doméstica comercializada no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 581,12 em Mato Grosso do Sul.
Considerando apenas o mês de março, o valor médio é de R$ 679,44, que representa aumento de 52,4% no período de um ano. Em março do ano passado, a tarifa foi de R$ 446,78, aumento de R$ 233,66 em dinheiro.
Conforma dados dos Indicadores de Tarifas Aéreas Domésticas, divulgados neste mês pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), é o maior valor de tarifa para o mês de março dos últimos 13 anos.
Em março de 2009, o bilhete foi vendido, em média, a R$ 1.084,51. Em 2010, o valor foi de R$ 671,16. Desde então, a tarifa se manteve abaixo de R$ 500 no mês no Estado, tendo alta significativa neste ano.
Já no comparativo com o mês anterior, neste ano, o aumento da passagem foi de 26,2%, considerando que em abril o ticket médio foi de R$ 538,32.
Em janeiro, o preço médio era de 498,73, enquanto em dezembro de 2021, mês de férias e alta temporada, foi de R$ 523,08.
Conforme o painel de indicadores, no País, a menor média de preço apurada nos três primeiros meses deste ano foi no Distrito Federal, R$ 460,04, seguido por Amapá, R$ 496,85, e Espírito Santo, R$ 497,39.
Por outro lado, as maiores médias foram praticadas nos estados de Roraima, R$ 976,24, Acre, R$833,39, e Rondônia, com R$769,47. Mato Grosso do Sul é o 16° estado com a maior tarifa.
De janeiro a março de 2022, o valor médio pago pelo passageiro por quilômetro voado, também conhecido na aviação como yield tarifa aérea médio doméstico real, foi de R$ 0,457 no Estado.
No país, foi de R$ 0,425, alta de 9,1% frente aos dados computados três anos antes, quando o indicador custava cerca R$ 0,390.
Nesse item, o estado do Ceará apresentou o menor valor do yield, de R$ 0,296. Minas Gerais foi a UF que apresentou o maior valor médio por quilômetro voado, de R$ 0,614.
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), mais da metade dos custos do setor aéreo são em dólar e, só o combustível de aviação representa cerca de 30% desses gastos.
Estes fatores podem explicar o aumento dos preços das passagens.
Gratuidade de bagagens pode elevar passagem
O retorno da gratuidade no despacho de bagagens em voos nacionais e internacionais pode impactar diretamente nos preços das passagens.
Isto porque, para evitar perda de receita, as companhias aéreas poderão embutir o custo do serviço no valor da tarifa, tanto para voos nacionais quanto internacionais.
A Câmara dos Deputados concluiu no dia 24 de maio a análise da medida provisória (MP) que flexibiliza a legislação do setor aéreo.
Entre outros pontos, o texto restabelece o despacho gratuito de bagagem de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. A MP será enviada à sanção presidencial.
De acordo com o economista Tiago Queiroz Oliveira, mesmo que haja a ampla concorrência entre as companhias, é importante observar que todas terão o mesmo impacto se a medida entrar em vigor.
“Certamente é uma receita que as companhias vão deixar de ter e é muito provável que esse custo seja passado para o consumidor porque alguém tem que pagar a conta”, explica.
O economista ainda lembra que com o processo inflacionário e a alta dos combustíveis, especialmente nos dois últimos anos, os custos que as empresas aéreas tiveram a mais, por exemplo, com a querosene, foi repassada ao consumidor.
Seguindo essa lógica, caso percam a fonte de receita que a taxa de despacho gera, esse custo será repassado aos clientes na tarifa, uma vez que as empresas precisarão ter outras formas de arrecadação para compensar o despacho sem cobrança de taxa extra.
Fonte:CE