A partir de hoje, a quarta edição do Festival Dança Três abre a sua programação, em Três Lagoas, convocando os amantes da arte do corpo e do movimento para uma imersão e tanto. Serão 70 apresentações gratuitas, durante quatro dias, em diferentes pontos da “Capital do Bolsão”, como a cidade é carinhosamente chamada.
Até domingo, também serão realizadas quatro oficinas, rodas de conversas e intervenções urbanas.
Após as atrações que fizeram parte do módulo de dança do Festival América do Sul Pantanal (Fasp), em Corumbá, encerrado no domingo (29/05), o Dança Três mantém em alta a temporada para os interessados em acompanhar uma grande variedade de estilos.
ABERTURA
Alguns nomes que se apresentaram na “Cidade Branca”, como a Cia. de Dança do Pantanal (Corumbá), a Cia. Dançurbana (Campo Grande) e a performer Maria Eugênia Tita, de São Paulo, vão, inclusive, participar da maratona da dança em Três Lagoas.
Na abertura, hoje, às 19h, na Praça Ramez Tebet, a Dançurbana vai mostrar o espetáculo “R.U.I.A – Realidade Ultrassônica de Invasão Aleatória”.
A montagem integra a “Mostra Profissional” do Dança Três e é voltada para indivíduos do segundo setênio, dos sete aos 14 anos, período em que, segundo a antroposofia, desenvolvem-se as relações sociais, a memória cronológica e a compreensão da ligação entre causa-efeito.
O espetáculo “recria o recrear” e lança mão de estímulos e objetos que são ressignificados e reinventados para propor um “ecossistema” de criaturas mitológicas, brincadeiras e jogos da infância. Depois de “R.U.I.A.”, o evento segue com 14 apresentações de grupos, duos e artistas solo da “Mostra Aberta”.
Cumprindo o roteiro do projeto de itinerância Circula, que já passou por 10 cidades do Estado, a Dançurbana já apresentou “R.U.I.A.” e a montagem “K-ZUU”, ontem (01/06), em Três Lagoas, na Escola Municipal Professora Elaine de Sá Costa.
O Circula prossegue hoje, na cidade, com uma oficina de dança para arte-educadores, convergindo seu rolê estadual com a agenda do Dança Três.
CONCEITO
As apresentações serão acessíveis na língua brasileira de sinais (Libras), o que favorece a presença de deficientes auditivos na plateia para curtir os espetáculos agendados para escolas públicas, a Praça Ramez Tebet e a Lagoa Maior.
Encontro, reflexão, aprendizado, dança. Em 2022, o Dança Três segue no propósito de colocar em prática o lema conceitual que essas quatro palavras buscam resumir. Três Lagoas situa-se próximo aos limites de Mato Grosso do Sul com São Paulo.
O festival tem, entre seus objetivos, a missão de aproximar a fronteira, incentivar fluxos e canais de comunicação entre os dois estados por meio da dança.
Além do conceito de fronteira, outras duas frentes de atuação – formação e fazer artístico – dão corpo à proposta. Da mostra profissional, participam companhias e grupos profissionais convidados. Na mostra aberta, participam artistas e grupos amadores selecionados por meio de edital.
SEGUNDO DIA
Na sexta-feira, às 9h, na Escola Municipal Professora Maria Eulália Vieira, o grupo Armazém 67 (MS) apresenta “Sobre Tentativas e Lugares de Recomeço”.
No ano em que completa uma década de existência, o Armazém traz à tona seu primeiro espetáculo de dança, fruto de processos individuais e coletivos, literalmente, marcados por “inúmeros recomeços”.
Às 15h, na mesma escola, a Cia. de Dança do Pantanal apresenta “Fernão Capelo Gaivota”. Baseado na obra do escritor Richard Bach, que foi adaptada para o cinema com sucesso nos anos 1970, o espetáculo leva ao palco a abordagem da companhia de Corumbá para a história.
A partir da metáfora representada pelo desafio de voar, enfrentado por uma jovem gaivota, o célebre texto original fala sobre uma emocionante jornada de descobertas pontuada por valores, ao mesmo tempo, universais e extremamente íntimos, como a liberdade, o amor e o espírito aberto para aprender sempre.
CANÇÕES DO ROBERTO
A partir das 19h, na Praça Ramez Tebet, a Focus Cia. de Dança (RJ) leva ao palco “As Canções que Você Dançou pra Mim” (mostra profissional). Em cena, quatro casais são embalados por um pot-pourri de canções de Roberto Carlos que marcaram épocas.
É um espetáculo para todas as idades, em que dança e música popular combinam-se de maneira orgânica, a exemplo do resultado alcançado pelo Grupo Quasar (GO) na montagem “Só Tinha de Ser com Você”, com as composições de Tom Jobim (1927-1994) interpretadas por Elis Regina (1945-1982).
Mais 25 outras apresentações, da mostra aberta, ainda poderão ser conferidas na sexta-feira.
TERCEIRO DIA
No sábado, às 19h, na Praça Ramez Tebet, a programação da mostra profissional será aberta com o espetáculo “Términus”, da Luminis Cia. de Dança (MS). A obra é inspirada em situações vividas pelos bailarinos, retratando dores e prazeres, “encontros e desencontros, descobertas e términos de um grupo de pessoas interconectadas pelos caminhos e curvas da vida”.
BALÉ DE PUGNI
Também no sábado, a Cia. de Dança do Pantanal volta ao palco para mostrar “Grand Pas de Quatre de Pugni”, remontagem de um clássico do balé, do italiano Cesare Pugni (1802-1870), que estreou em Londres em 1845, criada por Mayda Riveiro. A mostra aberta, no sábado, traz 23 apresentações.
QUARTO DIA
No domingo, último dia do festival, as apresentações da mostra profissional começam a partir das 15h, na Lagoa Maior. Maria Eugênia Tita (SP) encena “Cabeção”. Nessa performance, a dançarina brinca com o gestual divertido e simpático de seu personagem Cabeção.
Partindo dos passos dos ritmos tradicionais, como o frevo, o coco e o cavalo-marinho, a figura torna-se um porta-voz cômico do rico alfabeto de passos e trejeitos das danças brasileiras. Em seguida, a Cia. de Dança do Pantanal volta à cena mais uma vez com “Migrantes”. Resultado da residência artística conduzida por Ana Carolina Mundim (CE), o espetáculo “A Festa” encerra a programação.
OFICINAS
As oficinas do Festival Dança Três serão realizadas, das 14h às 16h, na sexta-feira e no sábado. A residência artística, de sexta-feira a domingo em diferentes horários. As ações de formação acontecem no Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Três Lagoas, que apoia o evento.
O Dança Três é uma iniciativa da produtora Arado, bancada por recursos do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC/MS). Mais informações nas redes sociais e no blog http://festivaldanca3.blogspot.com/.
Fonte;CE