A abertura do 1º Fórum “A Integração dos Municípios do Corredor Bioceânico”, realizada na manhã desta quinta-feira (26), na Assembleia Legislativa. O evento atraiu cerca de 400 pessoas e autoridades do Brasil e internacionais da Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia. Além do presidente da Frente Parlamentar Internacional do Corredor Bioceânico, senador Nelsinho Trad (PSD/MS), do ministro das Relações Exteriores Carlos França, com representantes dos países envolvidos e membros Governo de Mato Grosso do Sul.
Entre as representatividades internacionais, o parlamentar do Paraguai Enzo Cardoso, do Chile, os senadores Jaime Quintana Leal e Jorge Sória e o governador do Chile José Miguel. O ministro Carlos Alberto Franco França ressaltou que a integração entre os países inaugura novo eixo de dinamismo econômico e desenvolvimento regional. “O Centro-Oeste terá acesso a preços competitivos e relações comerciais que podem se transformar em novo polo de distribuição e centro logístico”, declarou.
A Rota Bioceânica entre Brasil e Chile, passando por Paraguai e Argentina, vai transformar Mato Grosso do Sul em “hub logístico”, um grande centro de importação e exportação. O projeto interfere ao todo em 23 municípios do Estado que serão beneficiados pela Rota Bioceânica. Diretamente serão oito municípios beneficiados com Corredor: Porto Murtinho, Jardim, Caracol, Bela Vista, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Sidrolândia e Campo Grande.
A Rota afetará ainda nas atividades de outros 15 municípios em um raio de 250 km: Nova Alvorada, Terenos, Jaraguari, Bandeirantes, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Anastácio, Dois irmãos do Buriti, Bonito, Ponta Porã, Dourados, Rio Brilhante, Maracaju, Itaporã e Antônio João.
O senador Nelsinho Trad manifestou a grandeza desse fórum. “Mostra a magnitude do Projeto do Corredor Bioceânico e é com muito alegria que participamos dessa mesa de abertura. Esse evento é o resultado do trabalho e da parceria das instituições aqui representadas”, disse.
Em suas palavras, o senador recordou o sonho do sul-mato-grossense de ter a rota concluída. “Lá nos anos de 1989, eu estava terminando a minha residência de Urologia, sou médico, teve uma pessoa que sonhou com essa rota e colocou como prioridade em MS, refiro-me ao Heitor Miranda dos Santos (ex-prefeito de Porto Murtinho) a quem peço uma salva de palmas”, enfatizou o senador Nelsinho Trad.
O governador Reinaldo Azambuja destacou a potencialização do protagonismo de Mato Grosso do Sul nas exportações. “Conseguiremos mais simplificações nas aduanas, teremos agilidade e fluxo de mercadoria muito mais rápido com o corredor. 67% das exportações de Mato Grosso do Sul vão aos países asiáticos e somos grandes importadores. Então, teremos um fluxo contínuo de cargas se tivermos um tratado de integração comercial entre os países”, ressaltou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PL), agradeceu o apoio do senador Nelsinho Trad e destacou a comunicação do evento para colocar MS no centro das discussões. “Estamos fazendo história”, afirmou o presidente, convidando todos para uma foto oficial.
O projeto interfere ao todo em 23 municípios do Estado que serão beneficiados pela Rota Bioceânica
O presidente da Fiems, Sérgio Longen destacou a importância da integração proporcionada pelo projeto para o desenvolvimento da indústria. Para ele, trata-se de um projeto antigo e que começa a se concretizar, representando salto econômico principalmente para Brasil, Paraguai, Chile e Argentina, além de mais facilidade nas negociações comerciais.
“Entendemos que a melhor forma de desenvolver uma região é por meio da integração e nesse caminho estamos trabalhando. A nossa indústria não tem fronteiras e trabalhamos cada vez mais sonhando que isso possa fluir nos moldes do projeto de integração que existe na Europa, onde as fronteiras não existem. Nós, empresários, precisamos dessa integração”, destacou Longen.
Um salto econômico principalmente para Brasil, Paraguai, Chile e Argentina
O presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, destacou o caráter histórico do projeto que se concretiza. “A ponte entre os caminhos de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, no Paraguai, já é chamada por alguma razão de Ponte Bioceânica. Ela não unirá o Atlântico ao Pacífico, mas removerá definitivamente o maior gargalo logístico ao longos dos 2,3 mil quilômetros de encontro ferroviário que nos dará acesso aos portos do chilenos e os mercados asiáticos”, afirmou.
A deputada federal e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou a importancia do projeto. “Não tenho dúvida de que a Rota Bioceânica, além do desenvolvimento e comércio, vai trazer o turismo e intercâmbio cultural entre os países que compõem a América do Sul”, finalizou.
Fonte: ACrítica