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Retomada do Carnaval em Corumbá já levou mais de 40 mil para a folia

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Foram exatamente 781 dias de espera para que Corumbá voltasse a ter Carnaval. A última festa tinha sido em 2020, terminando no dia 25 de fevereiro.

A pandemia de Covid-19 mudou os planos da organização, sob responsabilidade da prefeitura local, da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesco) e da Liga dos Blocos Carnavalescos (Libloc), e a vida de milhares de pessoas envolvidas com a festa.

Em 2021, o Carnaval não foi realizado e, em 2022, houve a tentativa, mas um novo pico de coronavírus mudou o cronograma de fevereiro para abril.

Tanta expectativa fez com que, logo no primeiro dia de folia, 17 de abril, cerca de 15 mil pessoas fossem para a festa com a realização do bloco dos sujos Cibalena, que já tem 45 anos de tradição.

Nesses primeiros cinco dias de evento no município (entre sábado e quinta-feira), mais de 40 mil foliões já se envolveram, de acordo com dados extraoficiais. A prefeitura divulgou que fará um balanço de público na próxima semana.

A festança realizada até agora não é pequena, mas ainda não chegou ao patamar pré-pandemia, quando, em um só dia, com o Cibalena, 30 mil pessoas desfilaram na rua. Até ontem, as ações estiveram voltadas para blocos e concurso de fantasia, que vai distribuir R$ 56 mil em prêmios.

Entre os premiados está o vereador de Campo Grande Valdir Gomes (PSD), tradicional carnavalesco, que recebeu homenagem em Corumbá na quarta-feira à noite. Entre os blocos, já desfilaram Cibalena, Funecão e Sandálias de Frei Mariano

O Carnaval de Corumbá é o maior do Centro-Oeste por conta de sua estrutura, extensão – programação de ao menos 8 dias – e movimentação econômica, com previsão de fazer circular R$ 20 milhões na economia local. Porém, os impactos da pandemia ainda causam repercussão e nem todo o potencial de público foi atingido.

PANDEMIA

No município, o Carnaval de deste ano é o primeiro grande evento que acontece após o período mais agudo de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Essa situação está sob o monitoramento das autoridades e ainda é uma tônica da festa.

Desde 2020, 504 pessoas faleceram por complicações decorrentes do novo coronavírus, enquanto 20.969 pessoas foram infectadas (19% da população da cidade).

Sobre a situação de ocupação de leitos, são 10 centros de tratamento intensivo (CTIs) e, nesta semana, só uma pessoa está internada. Entre os 40 leitos clínicos disponíveis, nenhum está ocupado na cidade.

Como a pandemia era um freio para a realização de eventos, desde o ano passado a campanha não oficial para a vacinação na cidade era que, se o número de imunizados não avançasse, nem o Carnaval nem outras festas poderiam ser realizadas.

Passado mais de um ano da aplicação das doses, em Corumbá, 90,56% dos adultos entre 18 e 59 anos estão imunizados, enquanto 84,55% do público de 12 a 17 anos receberam duas doses, pelo menos.

Quanto aos idosos, 98,8% foram imunizados. Já com relação à aplicação em crianças, que começou neste ano, apenas 24,68% estão com o ciclo vacinal completo.

“Muitas pessoas perderam a vida, e lamentamos essas perdas, mas estamos vivendo uma nova fase. Estamos entrando no pós-pandemia. Aqui em Corumbá só não tomou vacina quem não quis. Estamos seguindo com a imunização e tenho certeza que vamos fazer um Carnaval maravilhoso. É uma festa, sim, mas também é um evento muito importante na geração de empregos”, defendeu o prefeito Marcelo Iunes (PSDB).

O chefe do Executivo vinha sofrendo pressão no começo do ano porque resistiu até o último minuto para suspender a realização do Carnaval. Enquanto outras cidades já haviam anunciado a medida no começo de janeiro ou em dezembro de 2021, em Corumbá a decisão ocorreu perto de fevereiro.

BENEFÍCIOS FINANCEIROS

Esse cenário de festividade é apenas um fator para a Capital do Pantanal defender o Carnaval. Os dados divulgados neste mês pela prefeitura apontaram que 1,5 mil empregos diretos foram gerados com a realização da festa, que oficialmente é de oito dias, mas há eventos ocorrendo desde o dia 16. As festividades vão até o dia 26.

Outros 3,5 mil empregos indiretos também foram gerados, com organização, distribuição de barracas, vendedores ambulantes, etc.

Entre as escolas de samba, as agremiações são as que mais sofreram impactos. Os profissionais envolvidos com a produção e a realização ficaram parados por dois anos. As promoções realizadas para ajudar a manter as escolas também não puderam acontecer nesse período em que o Carnaval ficou suspenso.

Cada concorrente precisa de cerca de R$ 200 mil de investimento, pelo menos, para tentar disputar o título da festa. Os subsídios públicos ficam em torno de R$ 100 mil. Só com os desfiles, cerca de R$ 2 milhões são movimentados pelas 10 escolas de samba.

“A gente vai chegar nessa reta final de festa com mil pessoas trabalhando, entre remunerados e voluntários. O Carnaval de Corumbá está profissionalizado, as funções ligadas diretamente à festa são todas remuneradas, desde um escultor, marceneiro e ferreiro até funções artísticas, como cantores, músicos, casal porta-bandeira e comissão de frente. A grande maioria de quem se envolvia na festa voltou nesse pós-pandemia. Tem gente na cidade que vive do Carnaval”, apontou o presidente da Liesco, Victor Raphael.

Sobre a quantidade de público neste ano de festa pós-pandemia, as escolas de samba só vão avaliar o impacto a partir da noite de hoje, primeiro dia de desfiles. O segundo dia será amanhã.

A Liesco avalia que, pelo momento atual, há ainda foliões receosos para mergulhar em uma concentração. “[Com relação a] foliões, é óbvio que temos aqueles que se posicionam a favor e outros, contra”, ponderou Victor Raphael.

DISTRIBUIÇÃO DA FESTA

A festa em Corumbá está movimentando praticamente toda a região central da cidade. A concentração de eventos ocorre na Avenida General Rondon, onde foi montada a passarela do samba e estão dispostos 150 espaços comerciais.

Ainda foram comercializados 20 espaços para ambulantes regularizados como MEIs. Foram reservados também 10 espaços para entidades filantrópicas.

Para tentar manter a segurança, todos os taxistas da cidade acordaram utilizar uniforme para ajudar os foliões a identificarem os motoristas e evitar golpes. A prefeitura entregou 100 camisetas ao Sindicato dos Taxistas.

“É uma forma de garantirmos segurança para nossa população e turistas, que vão ver que o profissional está identificado e devidamente habilitado para prestar o serviço”, indicou o prefeito.

Uma campanha com material publicitário está sendo promovida na cidade desde a semana passada para também combater o abuso infantil.

A Polícia Militar está mantendo mais de 20 policiais em áreas do evento, além de haver presença de Bombeiros e seguranças particulares.

 

Fonte:CE

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