A data no calendário desta terça-feira (19) marca o Dia do Índio. Apesar das homenagens e celebrações, é um momento que convida para a reflexão sobre os valores culturais dos povos indígenas com foco sobre a defesa e preservação dos territórios.
A comoção social de hoje é grande, mas, na verdade, os povos indígenas do Brasil — e ao redor do mundo — têm pouco a comemorar, uma vez que a maioria das celebrações folclóricas não está relacionada à realidade triste vivida por muitas etnias do país.
Por isso, ativistas e influencers indígenas vão às redes sociais para propagar a sua respectiva cultura e, assim, conquistar espaço na Internet como forma de resistência, valorização e representatividade dos seus povos. Neste Dia do Índio, confira abaixo sete perfis de indígenas de Mato Grosso do Sul que representam seus DNAs. Seja em eventos da ONU (Organização das Nações Unidas) ou brilhando nas passarelas, esses perfis são dignos de dar follow.
Eric Marky Terena (@ericmarky)
Eric Marky Terena, 28 anos, é jornalista, DJ e ativista. Sempre presente nas causas indígenas, ele é da aldeia Cachoeirinha, em Miranda, e recentemente participou da pré-COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021). Evento até rendeu registro com Greta Thunberg, ativista sueca que luta contra as mudanças climáticas.
Eric também é um dos fundadores da Mídia Índia, canal de comunicação voltado para pautas indígenas. O jovem já exercia a atividade social desde os 8 anos, após a família fundar a Associação dos Moradores Indígenas do Bairro Guanandi, em Campo Grande.
Apesar de nascido na Capital, o jovem dividiu a infância entre a aldeia onde cresceu, em Miranda, e a Capital do Mato Grosso do Sul.
Luiz Eloy Terena (@eloyterena)
Luiz Henrique Eloy, mais conhecido como Luiz Eloy Terena, é indígena, ativista e advogado de direitos humanos que nasceu em uma aldeia terena de Aquidauana, cidade localizada a 149 quilômetros de Campo Grande.
Ele também participou da COP-26 e até se encontrou com Leonardo DiCaprio, grande ator de Hollywood que atua fortemente nos direitos dos povos indígenas.
O advogado da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) sempre está envolvido nas causas indígenas. Além disso, ele foi responsável por fazer o presidente Jair Bolsonaro adotar medidas de proteção dos povos indígenas contra a Covid-19, que ameaça aldeias desde o início da pandemia. Em 2020, a decisão do Supremo foi recebida como uma conquista histórica.
Vitória Antonio (@vitoria_antonio07)
Vitória Antonio é uma indígena terena de 21 anos. Ela trabalha como modelo e foi eleita Miss Indígena Marçal de Souza 2020. Sempre presente em grandes eventos culturais, como Campão Cultura, ela também marcou presença nas passarelas do MS Fashion Week, que teve a primeira edição em 2021, e no Exponoivas 2022.
Nas redes sociais, ela compartilha a sua rotina, fala sobre a representatividade indígena e sempre exibe os belos adereços da sua cultura, como o cocar e as belas pinturas simbólicas na pele.
Brô MC’s (@bromcsoficial)
Diretamente de Dourados, Brô MC’s é a primeira banda de rap indígena do Brasil. Formado por quatro amigos indígenas que tinham o sonho de falar sobre o cotidiano de cada um, foi na música que eles encontraram a voz para conversar com todo o país.
Além de projetos musicais com Alok, recentemente os sul-mato-grossenses foram anunciados no Rock In Rio 2022. Os cantores ressaltam que têm a missão de informar através da arte.
Tauan Terena (@tauan_terena)
Tauan Corrêa Gonçalves, de 23 anos, é estudante de Agronomia e atualmente mora na cidade de Aquidauana, região oeste do Estado. A família é da Aldeia Limão Verde, e foi lá que ele decidiu criar um perfil nas redes sociais para disseminar sua língua mãe — o idioma terena.
Para manter a tradição viva, o jovem percorreu aldeias do Estado e agora divulga o idioma nas redes sociais para todo mundo ter acesso. Segundo ele, objetivo é não deixar a cultura terena morrer.
Bení Kadiwéu (@examelexe)
Benilda Vergílio, 34 anos, mais conhecida como Bení Kadiwéu, é indígena da etnia Kadiwéu. Nasceu em Alves de Barros, pequena aldeia de Mato Grosso do Sul. Interessada em moda desde quando era criança, ela é conhecida no Brasil por representar a cultura do seu povo por meio das roupas, com pinturas simbólicas pertencentes às suas raízes.
Ativista, empreendedora e representante da aldeia, ela sempre está presente em eventos do Estado para expandir a sua cultura.
Anarandá MC (@anarandagk21)
Anarandá MC é uma rapper e influenciadora indígena de Amambai, da etnia Guarani-Kaiowá. Graduanda em Gestão Ambiental pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), ela usa a música para ser um porta-voz dos direitos das mulheres, dos jovens e das crianças indígenas.
Fonte:MM