Depois da entrega da obra do Bioparque Pantanal, alguns procedimentos são necessários para garantir, além de uma visitação segura e responsável, a saúde dos animais que ali habitam. Conforme já anunciado desde a inauguração, os tanques estão operando, incialmente, com 40% da capacidade total de peixes e tudo isso tem um motivo.
O biólogo e coordenador do Laboratório de Ictiologia do Imasul, Heriberto Gimenes Júnior, explica que a preparação dos peixes para serem soltos no aquário vem desde a quarentena, quando os animais passam por um período de adaptação ao cativeiro. “O médico veterinário faz uma análise para ver se tem patógeno, executando a identificação e tratamento de patógenos, para eliminar possíveis parasitas, protozoários, e tem também a adaptação desses animais ao alimento industrializado, às rações. Então, esse é o período de preparo desses peixes tanto na parte de saúde quanto condição comportamental, para poder entrar nos recintos”, disse.
Heriberto ressalta, porém, que um aquário novo não está totalmente pronto para receber 100% do plantel, ou povoamento, sendo necessário cumprir o processo chamado de maturação de cada tanque. “Existem bactérias que compõem essa parte de filtragem. Essas bactérias são fundamentais para poder eliminar as excretas e demais dejetos desses peixes. Se colocar muito peixe, não vai ter bactéria suficiente para poder consumir esses dejetos e isso, consequentemente, vai causar um problema na qualidade de água o que pode causar a mortalidade dos animais”, afirmou.
O processo de maturação passa por um período de análise da qualidade da água, conforme pontua o biólogo. “Nós vamos fazendo as análises diárias da qualidade da água de cada recinto para poder saber se esse tanque está pronto ou não para receber mais peixes. O que temos hoje desses 40% é um plantel completamente saudável e adaptado a esse tipo de ambiente de cativeiro”, disse. A previsão é de que esse processo de maturação dos tanques dure até seis meses, para então receber o povoamento completo.
Taxa de mortalidade
Segundo o biólogo, durante o processo de povoamento, a mortalidade de peixes é comum em aquários do mundo inteiro, mas no Bioparque Pantanal a taxa não chegou a 2%. “É corriqueiro um aquário público chegar a 80% de mortalidade”, acrescentou.
“Nosso aquário está batendo um recorde mínimo de mortalidade de peixes, durante esse processo de povoamento, pois toda a equipe é especializada e criou um protocolo de manejo para prever essas possíveis mortalidades. Dessa forma a gente minimiza toda essa parte de morte de peixes através da técnica de manejo totalmente eficiente”, garantiu.
Entre as espécies que já estão nos tanques e as que ainda estão no Laboratório de Ictiologia, aguardando o processo de maturação, o Bioparque Pantanal tem aproximadamente 30 mil animais.
Fonte:EnfoqueMS