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Artista dinamarquesa retrata a lenda do Sinhozinho

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A artista dinamarquesa de nascimento, Birgitte Tummler, após passar duas vezes por Bonito e tomar conhecimento das histórias da região resolveu retratar as lendas locais, uma delas é a do Sinhozinho.

Ao BonitoNet, Birgitte relatou que tem formação técnica na área da mecânica por influência paterna e, também, concluiu Belas Artes que é sua grande paixão, além de ser espeleóloga. Há cerca de 10 anos Birgitte se dedica exclusivamente à arte, principalmente à natureza e as lendas regionais.

Em 2014, Birgitte esteve pela primeira vez em Bonito numa viagem de bicicleta de Campo Grande à Bonito o que resultou numa exposição de obras que retrataram a região, a exposição foi intitulada “1000 km de bike pelo MS” onde mostrou o Buraco das Araras e o passeio de flutuação em Bonito.

                

A artista retornou à Bonito no Congresso Brasileiro de Espeleologia realizado em 2019 onde expôs vários retratos de cavernas do Paraná feitos com caneta esferográfica que é a técnica adotada pela artista.

Em 2020 ao ser convidada para participar do livro do fotógrafo Hudson Garcia, a respeito de Bonito, com algumas ilustrações entre elas as lendas do Sinhozinho e das 700 Luas, ambas elaboradas totalmente em esferográfica.

Birgitte relata: “resolvi postar nas redes sociais e vi que o povo de Bonito adora suas histórias, ama de paixão, especialmente a lenda do Sinhozinho, parece que remete a muitas histórias”.

A seguir apresentamos na íntegra a postagem da artista Birgitte Tummler nas redes sociais e alguns comentários dos moradores da região e suas lembranças sobre o Sinhozinho.

                  

“Lenda do Sinhozinho” de Bonito, Mato Grosso do Sul, Brasil.
Em esferográfica. 31 x 25 cm.

Agradeço ao Marcelo Gil da Silva (@guiadeturismo.tur ), Diretor de Turismo de Bonito, que numa boa e longa conversa ao telefone, pode me dar detalhes físicos e de estilo de vida dessa figura folclórica/lendária. Detalhes esses que ele pesquisou, ao longo de anos, junto aos locais.

Diz-se que era loiro, de barba, olhos claros, pele clara e não falava (achavam que era estrangeiro). Usava um manto azul e o braço esquerdo nunca aparecia, exceto quando fazia seus preparados medicinais naturais. Vivia na natureza, levando uma cruz, e deixou várias colocadas em diferentes locais. Tomava seu banho no rio, normalmente perambulava as margens de rios como o Formoso. Não aceitava comida de ninguém, preparava a sua própria. Mas tratava com sua medicina natural, quem a ele recorria.

Diz-se que ele foi responsável por prender uma gigantesca serpente em um grande buraco num morro local, selando este feito com uma de suas cruzes.

Se a cruz for descoberta e retirada, a serpente estará solta novamente e devorará quem não estiver cuidando bem da Natureza.

Parece que chegou na região por volta do ano de 1944 e anos depois desapareceu sem deixar vestígios, mas as cruzes que deixou e a casinha que a população local construiu para ele morar (mas que não usava) e que hoje em dia se transformou em capela para onde todo dia 12 de outubro acontece uma procissão, são atrativos da região.

Diz a lenda também, que ele foi assassinado e as partes do seu corpo jogadas nos rios e é por isso que são cristalinos!
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Essa é mais uma Ilustração para o livro do fotógrafo e amigo @hudsongarcia_fotografias , sobre a região. Com lançamento em breve.
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NOVIDADE! Após 8 dias desta postagem tivemos tantas participações e comentários sobre a história/lenda que acho importante agregar alguns neste post, com os devidos créditos. E que seja um impulso a mais para futuramente, se criar um espaço de memória na cidade de Bonito, sobre esta figura e tudo que o cerca!

Obrigada a todos que deixaram um pedacinho do que conhecem ou lembram de seus antepassados.

“Ele não vivia a beira do Formoso, mas sim do Mimoso. As cruzes foram levantadas para Maria mãe de Jesus, de quem ele era devoto, então as treze cruzes erguidas, mas são 7 capelas de nossa senhora. Sim, foi levado vivo de bonito, mas sua morte ainda é um mistério … Pode ter sido jogado no buraco das Araras ou mesmo degolado perto do balneário municipal.” (Marcelo Fabrão)

“Eu já ouvi meu pai Hilarinho contando as historias. Na chácara que era de meus pais tinha a pequena capela com a cruz onde até hoje celebram as rezas e também tinha um purungo onde ele trazia o mel” (Gilca Sanches Rodriguez)

“Ouvi essa história contada pela minha mãe,e pelo que ouvi dela a era vem antes de 1944…
E sim ele foi levado vivo, porém tempos depois ele reapareceu com um corte no pescoço,ficou um bom tempo,depois o levaram novamente e nunca mais apareceu,dizem também que ele jogou uma praga na cidade,no qual a mesma só iria prosperar depois de 14 anos” (Maria Ramona Vaz)

“Diz a lenda também que ele tinha em sua companhia um carneirinho!! Cresci ouvindo as histórias e indo na capelinha do Sinhozinho” (Le Moraes)

“As madeiras da antiga Capela original ainda estão no local, na parte de baixo tipo rodapé. Está coberto de terra e grama. Pra quem gosta de observar é só olhar bem ao redor da capela que vai ver a marca da verdadeira capela antiga” (Jorge da Silva Caetano)

“Isso não é lenda não, pois minha avó e meu avô sempre contaram histórias dele, porque o conheceram e conversavam muito com ele” (Edinha de Souza)

“Meus pais conviveram com o Sinhorzinho. Contavam muitas histórias lindas da passagem dele em Bonito, conviveram com ele durante 3 anos” (Paula Obando)

“Ele na época, teve contato com os meus pais. Fazia somente gestos com as mãos e assim dizia pros meus pais que tinha uma serpente presa em uma gruta e que ela estava dormindo e quando crescesse sairia e iria comer o povo de Bonito.” (Nilza Cardoso)

“Minha avó tem na casa dela uma cruz feito por ele (Sinhorzinho) que era da mãe dela ….”(Ghi Lopes)

“A serpente tá lá na gruta, em pedra. Tem fotos. Na gruta há 3 cruzes na porta. Mesma distância entre elas, como tivessem usado trena” (Janice Drummond)

“Linda história, meu pai andou com ele o meu tio também” (Fabio da Mata)

“Meu avô Hilario Sanches que fundou a capelinha …na antiga fazenda dele..eu nasci e me criei na mesma fazenda. Depois que meu avô morreu, meu pai herdou e lá morei até os 15 anos….conheço muito bem a história” (Jo Hair)

“Qd morei em Bonito me deliciava com as histórias de Sinhozinho me disseram q qd a 3 Cruz cair a Serpente sai ….e tem a Cachoeira c nome dele, aonde ele se protegia dos farmacêuticos q o perseguiam. (Alessandra Mastrogiovanni)

Fonte: Redação

 

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