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Primeiro trimestre de 2022 é o mais seco dos últimos 10 anos no MS

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A seca se estende por todo o Estado, segundo o meteorologista. “Em Mato Grosso do Sul, nenhuma região atingiu o acumulado esperado, a previsão para março para o extremo sul é chegar à casa dos 125 mm; na região central, é de 150 mm até 175 mm; já a faixa norte do Estado deveria ficar entre 175 mm e 200 mm, mas isso não ocorreu ainda”, pontuou.

Conforme o acompanhamento mensal realizado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), 19 cidades do Estado foram classificadas como região de seca extrema. São elas: Anastácio; Antônio João; Bela Vista; Bonito; Bodoquena; Brasilândia; Caracol; Cassilândia; Guia Lopes da Laguna; Inocência; Jardim; Maracaju; Miranda; Nioaque; Paranaíba; Ponta Porã; Porto Murtinho; Selvíria; e Três Lagoas.

PROGNÓSTICO

Com início no domingo (20), o outono em MS será marcado por chuvas entre 40% e 50% abaixo da média, de acordo com prognóstico do Cemtec. O maior período de estiagem no Estado deve ocorrer entre os meses de maio e junho.

A previsão indica ainda que, por conta da atuação do fenômeno La Niña, a tendência é de que ocorram massas de ar frio de forma mais frequente no Estado. A expectativa para o próximo trimestre (abril, maio e junho) é de que os índices continuem negativos, entre 40% e 50%, número abaixo da média climatológica.

Campo Grande registrou o primeiro trimestre mais seco dos últimos dez anos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Conforme o serviço de monitoramento, os primeiros 82 dias do ano foram os mais secos desde 2013. O acumulado de chuvas deste início de 2022 foi de 328,4 milímetros, enquanto o segundo menor foi de 432 mm, em 2014, uma diferença de 103,6 mm, algo que não deve mudar na última semana de março, segundo o meteorologista Heráclio Araújo.

“Não há possibilidade de chuvas que mudem esse acumulado na última semana do mês, tivemos, sim, os meses mais secos dos últimos dez anos”, enfatizou Araújo.

Segundo o especialista, nenhum dos três primeiros meses de 2022 atingiu suas médias do acumulado de chuvas. Para janeiro, era esperado um acumulado de 231,9 mm, no entanto, foram registrados 115 mm; para fevereiro, a média é de 174 mm, porém, o acumulado foi de 73,2 mm.

Já para este mês de março, que ainda não acabou, o previsto era de 151,5 mm, e em 22 dias foram registrados 140,2 mm. Heráclio explica que o acumulado só chegou a esta marca por conta da forte chuva do dia 12.

“A distribuição das chuvas do mês não é representativa, está próximo da média por conta da chuva do dia 12, que marcou 106,2 mm. Se não fosse por esse evento extremo, a situação seria muito pior. Dos 22 dias deste mês, em apenas 9 choveu”, pontuou o meteorologista.

Questionado do porquê da falta de chuvas, Heráclio informou à reportagem do Correio do Estado que a situação está relacionada à atuação dos sistemas de alta pressão atmosférica, ou seja, das massas de ar seco e quente, além do fenômeno La Niña.

“Foi um mês de frequência de ar mais seco, até pelo La Niña, responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que favorece a ausência de chuvas”, disse.

O físico Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), explica que o cenário de seca favorece o aumento da poluição do ar.

“Quanto mais tempo sem chover, mais partículas de poluição ficam suspensas na atmosfera, e isso vai aumentando as concentrações, e quando você tem uma chuva ela tende a limpar o ar. É muito claro o aumento do nível da poluição sem a chuva. O papel dela é lavar a atmosfera, diminuindo essa circulação de partículas e gases, mas não é o que está acontecendo”, informou.

Para abril, o especialista explica que as chuvas devem continuar escassas, e a média de acumulado pode não ser atingida. “Não há indicações de muitas chuvas em abril, o mês deve ser parecido com março, e talvez a média do acumulado não seja atingida, este cenário não é só para Campo Grande, mas para todo o Estado, como foi em março”, apontou Heráclio.

PREVISÃO

Conforme a previsão do Inmet, entre hoje (23) e amanhã (24), o céu ficará encoberto por nuvens na Capital e há possibilidade de chuvas isoladas.

Para esta sexta-feira, a mínima deve ser de 23ºC e a máxima de 29ºC. O dia será de muitas nuvens, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas.

 

Fonte:CE

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