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Conselho vai acompanhar investigação de fonoaudiólogo suspeito de estupro

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O CRFa 5ª Região (Conselho Regional de Fonoaudiologia) informou que irá “acompanhar o desdobramento do inquérito policial” que investiga prática de abuso sexual cometido pelo fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, em caso sob investigação em Campo Grande.

A nota de “profundo sentimento de repúdio” foi publicada pelo conselho, que tem jurisdição em GO, MT, MS, TO e no DF.

A presidente do conselho, Christiane Camargo Tanigute divulgou, em nota, que as comissões de Orientação e Fiscalização e Ética e a assessoria jurídica do conselho vão acompanhar o inquérito da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e “tomará as providências cabíveis para apurar o caso”, se for comprovada a prática de abuso sexual.

Wilson Rabelo Sobrinho foi preso no dia 9 de março, na clínica Fonoclin, depois que a mãe de um dos pacientes dele o denunciou pelos abusos sexuais.

A mulher foi informada pelo outro filho, de 10 anos, o que acontecia com o caçula. Ela foi até o estabelecimento, aguardando na sala de espera, até que o garoto de 8 anos saiu correndo da sessão, dizendo que o profissional havia passado a mão nele. Depois desse flagrante, a PM (Polícia Militar) foi acionada.

Mesmo com dificuldade na fala, uma das crianças relatou que o suspeito oferecia pirulito, bala ou chiclete. “A criança entrava, ele já estava sentado e pedia para ficar em silêncio, fazendo gesto com os dedos na boca”, revela a psicóloga. “Em seguida, pediu se podia tocar e a criança então colocou a mão na hora que levou na genitália. O fonoaudiólogo fez novamente o sinal de silêncio e colocou a mão por dentro da cueca”.

Em outro caso, o homem pediu para uma vítima colocar a própria máscara nos olhos. “Sempre brincando, aparentando não ser algo fora do comum, deixando amostra que ele teria uma recompensa”. Vanessa afirma que nesses casos, algumas crianças podem não reconhecer aquilo como uma violência.

Diante disso, mesmo com a gravidade do caso, para identificar outras vítimas, os pais devem saber lidar com os filhos, alerta a profissional. “Liberdade de trocar informações e não levar isso como peso ou algo errado. Elas acabam tendo receio de não contar aquilo que está acontecendo se os pais são muito duros e incisivos na criação. Então, é necessário dar abertura dentro de cada faixa etária, deixar essa abertura para que as crianças se abram.”

A delegada Fernanda Mendes, que está à frente do caso, comentou que são traumas que ficam no inconsciente. “Não há o esquecimento. Pode existir no futuro uma lembrança sem dor, uma superação desse trauma, mais esquecer jamais”. A psicóloga complementou que o trauma fica no inconsciente. “Um registro que em determinado momento vai aparecer, vai despertar na criança ou na vida adulta. Principalmente, em relacionamento aflora a imagem do que aconteceu”, finalizou.

Investigação – Segundo a delegada Fernanda, a polícia percebeu que quanto menor a criança era, mais agressivo o fonoaudiólogo agia na violência sexual. Ele pedia para que as crianças se deitassem na maca e cometia o crime. “A conduta libidinosa em regra se repete, que é passar a mão no órgão genital por dentro do short.”

Para algumas mães, ele chegava a mandar mensagem no WhatsApp perguntando se o filho falou tudo que aconteceu na sessão. “Tentava extrair se a criança tinha falado sobre o crime”, afirmou Fernanda. Wilson será interrogado pela polícia nesta quinta-feira (17).

Quatro vítimas – A delegada explicou que, até o momento, nove pais procuraram a delegacia e quatro casos de abuso sexual já foram confirmados, um deles foi flagrante no dia 9 de março. A partir daí, outras vítimas começaram a aparecer.

Os pais de crianças entre 2 a 5 anos procuraram a delegacia, mas pelo fato de que já fazem tratamento da fala, não conseguiram relatar abuso. A orientação é que os pais procurem um tratamento psicológico continuado, a partir daí, as crianças podem dizer se houve algum tipo de abuso sexual.

Até agora, 7 denúncias chegaram à Polícia Civil envolvendo estupro cometido contra meninos de 5 a 8 anos de idade, durante as sessões de fonoaudiologia.

 

Fonte:CGN

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