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Serviços cresceram 11,6% em 2021, melhor resultado do Estado na série histórica

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O setor de serviços apresentou recuperação em 2021, após queda brusca no ano anterior. Conforme os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o segmento cresceu 11,6% em Mato Grosso do Sul no ano passado, ante queda de 1,2% no fechamento de 2020.

O desempenho foi o melhor da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve início em 2014.

O economista Normann Kalmus explica que o segmento é dinâmico não só no Estado, mas em todo o mundo.

“As maiores empresas do mundo, praticamente todas na área de tecnologia, estão no setor da prestação de serviços. Não é nenhuma surpresa essa constatação [crescimento]. No setor, estão englobadas atividades mais complexas, mas também as mais convencionais, como restaurantes, salões de beleza ou transportes”.

Em dezembro, o volume de serviços em Mato Grosso do Sul avançou 7,1 % ante novembro, na série com ajuste sazonal. É a segunda maior taxa de crescimento de 2021, sendo superada apenas por março do ano passado (12,2%).

Para o economista, a pandemia alterou a forma como as empresas e pessoas trabalham e isso impactou em mudanças comportamentais no segmento.

“Vimos, por exemplo, restaurantes implantando serviços de entregas em domicílio, profissionais de beleza deslocando-se até seus clientes. Isso sem mencionar o crescimento do comércio eletrônico, que também promoveu um desenvolvimento rápido em empresas de logística”, analisa Kalmus.

Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, a receita dos serviços prestados teve variação de 4,9 % em dezembro na comparação com o mês imediatamente anterior em 2021. Já a variação dos últimos 12 meses subiu 17,6%.

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio ( IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira, avalia o crescimento como um movimento normal ante a queda do ano anterior.

“O aumento no setor de serviços, principalmente no volume de serviços, se dá primeiramente em virtude da base comparativa de 2020, que foi um ano difícil, há também a característica da atividade de prestação de serviço que é algo imediato, dependendo da disponibilidade de mão de obra”.

ATIVIDADES

No Brasil, o volume de serviços cresceu 1,4% em dezembro ante novembro.

Com isso, o setor de serviços ampliou o distanciamento com relação ao nível pré-pandemia. Em 12 meses, o volume de serviços foi a 10,9%, melhor resultado desde o início da série histórica.

Segundo a pesquisa, o avanço de 1,4% do volume de serviços de novembro para dezembro de 2021 foi acompanhado por quatro das cinco atividades investigadas, com destaque para os ganhos vindos de transportes (1,8%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (2,6%), com ambos avançando pelo segundo mês consecutivo.

“Para Mato Grosso do Sul, não temos essas informações abertas por grupos de atividades, mas, com certeza, assim como o Brasil, está concentrado no setor de atividades de serviços prestados à família e serviços profissionais, administrativos e complementares”, ressalta Regiane e completa.

“Que estão com as maiores variações, com ênfase no alojamento, na alimentação e em serviços técnicos profissionais, que retomaram suas atividades em 2021 principalmente no segundo semestre”.

EMPREGOS

Os serviços também se destacaram tanto na abertura de empresas quanto na geração de empregos com carteira assinada em Mato Grosso do Sul, em 2021.

De janeiro a dezembro do ano passado, o resultado entre contratações e demissões foi de 36.287, conforme publicado na edição do Correio do Estado de 1º de fevereiro, o maior acumulado registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) desde 2003.

O segmento de serviços foi responsável por 39,4% do total dos postos de trabalho com carteira assinada gerado no Estado em todo o ano passado. Foram 113.180 admissões e 98.881 desligamentos, saldo de 14.299.

“O setor liderou a geração de empregos não somente em dezembro, mas durante todo o ano de 2021. A recuperação do setor, que foi o mais atingido em função das restrições de deslocamento impostas pela pandemia, começou no segundo semestre de 2020”, avalia o economista.

“Em 2021, o setor teve um incremento de 14.299 vagas preenchidas no Estado e de 7.063 vagas somente em Campo Grande. O setor de serviços totaliza 208 mil vagas de trabalho formal no Estado e 111 mil na Capital”, finaliza Kalmus.

Já em relação aos dados de abertura de empresas, conforme levantamento da Junta Comercial do Estado (Jucems), das 9.273 empresas constituídas em 2021, 6.022 são do setor de serviços representando 65%.

Segundo o doutor em Economia Michel Constantino, o segmento apresenta uma recuperação mais rápida e, por isso, se destaca tanto na abertura de empresas quanto na geração de empregos.

“A riqueza toda do País, se a gente dividir em setores, os serviços são responsáveis por 60% a 70% do PIB [Produto Interno Bruto]. E o segmento é muito dinâmico, tanto para baixo quanto para cima. Então ele muda muito de acordo com a forma que a economia está crescendo ou está tendo impacto”, finaliza.

65% das empresas abertas no estado

Dados da Junta Comercial do Estado (Jucems) apontam que, das 9.273 empresas constituídas em 2021, 6.022 são do setor de serviços, representando 65% do total. Seguido pelo comércio, com 2.840 estabelecimentos (31%), e 411 da indústria, perfazendo 4% das empresas.

 

Fonte:CE

 

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