O idoso, de 91 anos, que espancou até a morta a sogra de 103 anos na comunidade indígena Sassoró, em Tacuru (MS), recebeu prisão domiciliar devido a idade avançada. Ele foi contido pelo cacique e deve responder pelo crime de feminicídio.
Durante a audiência de custódia o indígena precisou de tradutor por não compreender bem a língua portuguesa, o que foi um dos motivos de ter a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar. Além disso, a idade avançada e o fato de ele ter apresentado um quadro clínico de desidratação foram determinantes para a decisão assinada pela juíza Fernanda Giacobo.
“Ante a idade avançada, a ausência da compreensão da língua portuguesa e o quadro clínico apresentado pelo réu, com parecer favorável do Ministério Público, substituo a prisão preventiva do autor pela domiciliar”, declarou.
O idoso será monitorado com tornozeleira e deverá cumprir diversas regras. Dentre elas: só poderá sair de casa para ir em supermercados, mercearias, padarias, feiras e caixas eletrônicos durante dias de semana e no período matutino; para buscar atendimento médico e odontológico (nestes casos deverá apresentar comprovante à Justiça). Ele também tem a obrigação de comparecer a todas as audiências.
Crime
Em depoimento, a filha da idosa relatou que chegou em casa por volta da meia-noite e encontrou a vítima aparentemente bem. Já por volta das 6h, deixou o café da manhã no quarto e pensou que a mãe estivesse dormindo.
Ao estranhar a demora para levantar, a filha tentou acordar a idosa e percebeu que ela estava morta, com vários hematomas e escoriações pelo corpo, e acionou o cacique.
A liderança indígena e outras pessoas da aldeia começaram a questionar vizinhos sobre o que teria ocorrido. Eles ainda estavam apurando o caso quando se depararam com o genro da vítima com roupas, unhas e cotovelos sujos de sangue.
O suspeito tinha diversos arranhões, indícios de que a vítima tentou lutar pela sobrevivência. Ele foi contido pelo cacique até a chegada da Polícia Civil de Tacuru.
Conforme o registro policial, feito no dia 16 de janeiro deste anos, dia do crime, o suspeito deve responder por feminicídio qualificado já que a vítima tinha mais de 60 anos.
Fonte:G1mS