Dica da Semana: “The Deuce”
A decadente Nova York dos anos 1970 é o pano de fundo para aclamada série da HBO
Antes dos anos 1990, Nova York era muito diferente do idílico destino turístico dos dias de hoje. Com as Crises do Petróleo na década de 1970, os Estados Unidos mergulharam em um período de grande recessão, em que, para reduzir os gastos, as administrações públicas cortaram despesas com infraestrutura, limpeza e segurança. Como resultado, Nova York, em especial a Times Square, se transformou em um dos pontos mais perigosos do país. E é em meio a esta cidade decadente que se passa “The Deuce”, produção aclamada pela crítica e disponível no Brasil pela HBO Max.
Ao longo de oito episódios, a série acompanha a antiga dinâmica das ruas de Nova York, em que mafiosos, drogas, prostitutas e policiais corruptos se misturam para composição de um ambiente completamente apartado das leis civis. Apesar disso, algumas pessoas como Vincent (James Franco) tentam levar a vida da forma mais tranquila possível, trabalhando 7 dias na semana para dois restaurantes que não possuem ligações com a máfia.
No entanto, esse plano vai por água abaixo quando ele passa a ser cobrado pela dívida de seu irmão gêmeo Frankie (James Franco), viciado em jogos de azar. Porém, ao invés de se desesperar, Vincent convence o mafioso a tornar o bar em que trabalha o ponto de encontro de seu grupo, de modo que os irmãos consigam pagar a dívida com o aumento do consumo.
Assim, à medida que a máfia passa a frequentar o bar, junto com eles as prostitutas se tornam figuras cada vez mais frequentes. Dentre elas se destaca Candy (Maggie Gyllenhaal), que trabalha sozinha em um “mercado” literalmente dominado por homens. Porém, à medida que surgem novas tecnologias e a produção de filmes pornográficos se transforma em um nicho importante dentro da indústria do cinema, Candy enxerga nessa mudança uma oportunidade para tomar completamente as rédeas de sua profissão.
Link para o trailer de “The Deuce”.
Inspiração familiar
Ben Affleck rouba a cena como o tio simpático de um jornalista em busca do seu caminho
Desde 1917, o Prêmio Pulitzer busca homenagear jornalistas, escritores e artistas cujas obras se destacaram ao longo do ano. Os vencedores são sempre anunciados em abril e se trata de um dos maiores prêmios que alguém do gênero literário, especialmente norte-americano, pode receber.
Um dos agraciados pelo Pulitzer foi o jornalista J.R. Moehringer que, em 2000, escreveu uma matéria sobre uma comunidade fluvial isolada no Alabama, onde viviam muitos descendentes de escravos, e como uma balsa poderia conectá-los para além da geografia. Em 2005, o jornalista publicou sua biografia, “The Tender Bar”, que ganhou uma adaptação para o streaming através do filme homônimo que chega dia 7 de janeiro na Amazon Prime Video.
A história se inicia em 1973, quando o pequeno J.R. (Daniel Ranieri), nos auge dos seus 11 anos, se muda junto com a mãe (Lily Rabe) para casa do avô (Christopher Lloyd) em Manhasset, pois a vida em Nova York se mostrou cara demais para os dois, especialmente quando o pai de J.R., um DJ de rádio, decide que não quer mais saber dos dois. Apesar do mau humor do avô, a criança se sente mais feliz do que nunca naquele ambiente, pois, pela primeira vez, vive cercado por outras pessoas, como os seus primos e o tio Charlie (Ben Affleck).
Charlie é dono de um bar no centro da cidade e um carro conversível, o que por si só já seria o suficiente para uma criança pequena ficar impressionada, no entanto, apesar de nunca ter frequentado uma faculdade, Charlie será responsável pelas lições mais importantes da trajetória de J.R.. Logo cedo, o tio percebe que o menino não possui muitas aptidões físicas e, por isso, passa a estimular seu interesse pela leitura.
Com o passar do tempo, J.R. cresce (Tye Sheridan) e decide que se tornará um escritor, formado em Jornalismo pela universidade de Yale. Apesar das dificuldades financeiras familiares, o jovem consegue uma bolsa de estudos na faculdade, porém, os maiores desafios ainda estão por vir até que ele conquiste o prêmio Pulitzer de jornalismo.
Link para o trailer de “The Tender Bar”.
Rebeldia contínua
A continuação da novela mexicana “Rebelde” finalmente está na Netflix
Uma febre adolescente dos anos 2000, “Rebelde” foi uma novela mexicana ambientada em um semi-internato de elite que acompanhava a rotina de seis jovens e seus dramas pessoais. A produção – que no Brasil era transmitida pelo SBT – fez tanto sucesso que a banda RBD, criada no universo de “Rebelde”, ganhou até uma turnê mundial e foi responsável por lançar a carreira musical de nomes importantes da música latina, como Dulce Maria. O fim da novela deixou muitos fãs desolados, porém, 16 anos depois, a Netflix anunciou que iria lançar uma nova versão da produção mexicana, já disponível na plataforma de streaming.
Agora como série, “Rebelde” é ambientada no mesmo universo da novela original – até mesmo aproveitando de alguns personagens e atores da primeira versão. Porém, o núcleo de protagonistas foi completamente reformulado e a história se passa atualmente. Assim, destacam-se Jana (cantora pop mexicana e filha de um famoso produtor musical), Esteban (bolsista e pianista muito talentoso), Luka (herdeiro com uma relação conflituosa com seu pai, que não apoia seu desejo de ser músico), Sebas (filho de um importante político e veterano, é também namorado de Jana), Emilia (bolsista brasileira e parceira de Sebas), Andi (excelente baterista de comportamento rebelde), MJ (californiana e filha de pais mexicanos muito religiosos) e Dixon (rapper colombiano).
Apesar de focar nas relações entre os personagens, um diferencial da série da Netflix é o mistério de um trote – que mais parece um show de terror – realizado na Batalha de Bandas, um evento da escola em que os alunos são convidados a mostrar seus talentos para o público. Depois disso, um clima de desconfiança se instaura na escola, com todos querendo saber quem foram os responsáveis pelo trote. E não só a direção da instituição irá se mobilizar: os próprios alunos temem serem tirados da escola por seus pais.
Link para o trailer de “Rebelde”.
Fonte:CE
