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Boi gordo: preços da arroba seguem em patamares altos nas praças brasileiras

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Demanda aquecida pelo boi gordo garante cotação acima de R$ 320/@ no interior paulista; negócios pontuais de até R$ 330/@ já foram vistos em boiadas para exportação, diz a Scot Consultoria

Na última quinta-feira (23), véspera de feriado prolongado), ainda houve espaço para ajustes positivos nos preços do boi gordo, informa a IHS Markit.

“A valorização da arroba deve-se à repiques de vendas de última hora em função do maior escoamento da carne bovina, tanto no mercado externo como interno”, relata a consultoria.

No interior paulista, a cotação do animal macho terminado segue firme, negociado em R$ 320/@ (valor bruto e a prazo), considerando as transações envolvendo o mercado interno, segundo dados da Scot Consultoria.

Porém, negócios pontuais de até R$ 330/@ já foram vistos em boiadas para exportação, acrescenta a Scot.

Ainda em São Paulo, a vaca gorda vale R$ 300/@ e a novilha pronta para abater é vendida por R$ 315/@, preços brutos e a prazo.

Segundo a IHS Markit, as unidades de abate estão operando com a capacidade bem regulada à demanda – uma maneira de evitar a formação de estoques nas câmaras frias.

Desta forma, diz a consultoria, qualquer sinal de aumento de demanda é suficiente para favorecer um cenário de preços mais firmes entre os principais elos do setor pecuário.

“No momento, comentam os analistas, as indústrias frigoríficas trabalham para manter as suas escalas de abate avançadas, de olho sobretudo no mercado da China”, relata a IHS, que acrescenta: “novos negócios foram fixados para atender os importadores chineses, ao mesmo tempo em que o consumo interno também deu uma resposta mais substancial”.

A entrada de massa salarial (pagamento da segunda parcela do décimo terceiro) e do novo programa do governo (Renda Brasil) ajudaram a enxugar os estoques e fazer os frigoríficos se empenharem em garantir oferta de boiada gorda ao menos até o final da primeira semana de janeiro, ressalta a IHS.

Da porteira para dentro, continua a consultoria, a presença de pecuaristas no mercado é baixa, em função do período do ano.

“Boa parte dos produtores se ausenta dos negócios nesta época do ano em função de questões fiscais, mas as boas condições de pasto e a necessidade de mitigar prejuízos gerados pelos baixos preços da arroba durante os meses de setembro e outubro também reforçam a necessidade de tentar barganhar valores maiores pelos lotes remanescentes”, observa a IHS.

Giro pelas praças – Na última quinta-feira, entre as principais regiões pecuárias do Brasil, foram registrados movimentos de alta do boi gordo nos estados do MS, MT, GO, MG, PR e RO, informa a IHS Markit.

Além da firme presença dos compradores locais, a maior procura por boiada gorda foi favorecida por compradores de outras regiões.

“Todos esses Estados também têm maior representatividade de compras com foco no mercado internacional”, dizem os analistas.

No Centro-Oeste, boa parte das indústrias estão focadas em preencher escalas de abate até o final da primeira semana de janeiro.

Em MG e RO, o foco é fechar lacunas nas escalas do final do ano, informa a IHS.

Na B3, embora os contratos futuros do boi gordo tenham operando a maior parte do pregão do dia anterior em alta, ao final da sessão movimentos de realização de lucro motivaram as quedas.

“O setor passa a avaliar até que ponto os preços da arroba devem se sustentar nestes patamares recordes, considerando as questões econômicas e consumo”, declaram os analistas da IHS.

No atacado, os preços dos principais cortes bovinos seguem firmes, sustentados principalmente pela oferta enxuta.

Por outro lado, as indústrias frigoríficas trabalham com cautela quanto a novos reajustes nos preços dos cortes bovinos, preocupados com impactos no escoamento diante dos menores preços das proteínas suína e de frango.

“A competitividade entre outras proteínas e a carne bovina chega novamente a um nível crítico”, observa a IHS.

No front externo, a Secex (Secretária de Comércio Exterior) informou que a média diária de carne bovina in natura exportada ficou em 5,09 mil toneladas durante as três primeiras semanas de dezembro, um avanço de 19,2% frente à média de novembro/21, mas 21,4% inferior à média de dezembro do ano passado.

“Notadamente, o resultado da terceira semana de dezembro elevou a média do período, o que poderá voltar a marca de 100 mil toneladas embarcada ao logo deste mês caso esse ritmo persista”, avalia a IHS.

Além de alguns carregamentos negociados para atender ao mercado chinês, grandes remessas estão sendo direcionados a outros importantes mercados consumidores, como os EUA, acrescenta a consultoria.

Cotações máximas da última quinta-feira (23), segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:
boi a R$ 330/@ (prazo)
vaca a R$ 307/@ (prazo)

MS-Dourados:
boi a R$ 320/@ (à vista)
vaca a R$ 298/@ (à vista)

MS-C.Grande:
boi a R$ 317/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:
boi a R$ 316/@ (prazo)
vaca a R$ 298/@ (prazo)

MT-Cáceres:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)

MT-Tangará:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)

MT-B. Garças:
boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)

MT-Cuiabá:
boi a R$ 302/@ (à vista)
vaca a R$ 289/@ (à vista)

Fonte: PortalDBO

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