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Parcela do financiamento imobiliário aumenta 27%

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A taxa Selic saiu de 2% em 2020 para 9,25% neste mês. Na mesma toada o financiamento imobiliário ficou mais caro. 

Nenhum comparativo entre os dois períodos como parcelas informadas até 27% mais caras para o comprador.

Segundo os representantes do setor, com a Selic em movimento de alta os juros do segmento podem subir também.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual no último dia 8. Elevando de 7,75% para os atuais 9,25%.

Entre agosto de 2020 e março deste ano o juro básico da economia se manteve em 2%.

Os cinco grandes bancos do país elevaram os juros do crédito mais tradicional para aquisição da casa própria de 1 a 2 pontos percentuais no período, para patamares próximos a 9% ao ano.

À taxa soma-se ainda a Taxa Referencial (TR), que estava zerada, mas que passou a subir com a alta da Selic.

Conforme dados das instituições bancárias, no período em que a taxa chegou ao menor patamar, um imóvel de R $ 200 mil era financiado por uma pessoa com renda de R $ 4,4 mil e as parcelas chegavam a R $ 1,349.

Atualmente para ter acesso ao mesmo imóvel a renda média é de R $ 5,6 mil e a parcela fica em R $ 1.694, aumento de 25%.

Já para financiar um imóvel de R $ 800 mil em Campo Grande a renda passou de R $ 17,9 mil para R $ 22,5 mil e as parcelas tiveram acréscimo de 27,8%, saindo de R $ 5.300,05 em 2020 para R $ 6.778,27 no mês vigente.

As simulações levaram em consideração as mesmas condições: financiamento em 360 meses (30 anos) e entrada de 20% do valor do imóvel variando entre a tabela (SAC e PREÇO).

QUEDA

Para a proprietária da ATI Assessoria Imobiliária, Kenia Karla Haovila, os investimentos com financiamentos ter uma queda.

“A alta da taxa Selic vai encarecer como prestações. Isso impacta até mesmo na questão da TR, que hoje já não está mais zerada. ”

“No meu ponto de vista, os investimentos que estavam sendo feitos através de financiamentos, deviam uma retraída, quando se trata na linha SBPE, que o recurso provém da poupança”, explica.

“Acredito que os investimentos continuarão em imóveis com aquisição à vista. Com a Selic baixa era viável através da aquisição de financiamento. Agora, com ela subindo acredito que vá mudar um pouco o cenário ”, diz.

Para o gerente comercial da imobiliária Formato, Fernando Catalano, uma perspectiva não tem sido diferente. Segundo ele, a alta da taxa pode ocasionar em uma baixa procura por financiamentos.

“Tem um grande reflexo. Sem dúvida isso vai impactar nas novas construções. Então gestantes bastante, drasticamente a procura por esse financiamento. ”

“Ninguém vai entrar em um financiamento que não sabe se vai dar conta de pagar porque fica muito caro. A gente estima que a Selic deve equilibrar pelo menos nas projeções é para março do ano que vem, é muito incerto.”

“Agora no período de final de ano sem dúvida que há uma queda [na procura]”.

INFLAÇÃO

Outra preocupação é a informação, que já chega a 10,67% em 12 meses, conforme o Instito Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A alta da Selic também levará os bancos a elevar os juros dos novos financiamentos imobiliários, sendo o impacto a redução da demanda por esse tipo de opção financeira.

Por outro lado, a reportagem corrói a renda das famílias, levando as dificuldades para honrar os compromissos de consumo e de pagamento do financiamento ”, avalia o mestre em Economia, Eugênio Pavão.

Conforme o economista, “1% de redução da taxa de juros sem financiamento possibilita que 1 milhão de famílias financiem seus imóveis, mas, ao contrário, a alta na taxa de 1% leva à redução no mesmo patamar de famílias elegíveis para usar os recursos ”, Pontua.

Ainda segundo avaliação do profissional, a Selic está subindo para a informação, entretanto, existem duras consequências, como: redução da atividade econômica, pelo alto custo do dinheiro; queda na arrecadação pública; menor rotação dos estoques das empresas e menores investimentos.

NEGOCIAÇÕES

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) Eli Rodrigues, explica que muitas vezes, os juros dos financiamentos podem não acompanhar a realidade da taxa Selic.  

“A nossa perspectiva é que o mercado por si, ele tenha concorrência e essa concorrência faça com que cada agente financeiro trabalhe com seu cliente para fidelizar. 

Que significa trabalhar taxas também. Isso é que faz com que o mercado gire de uma maneira que beneficia a concorrência que existe entre as instituições financeiras ”.

O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimoveis-MS), João Araújo, diz que a abertura de crédito pode ficar difícil.

“Com a taxa Selic aumenta, a abertura de crédito fica um pouco mais difícil, porém, os financiamentos imobiliários não mudou muita coisa.” 

“Mesmo a taxa Selic aumenta, o momento de comprar ainda é agora, porque tem parcela quase equiparada com o valor de uma parcela de aluguel, avaliou.

 DESEMPENHO

Não é somente na esfera estadual que o setor se divide entre otimistas e pessimistas quanto ao desempenho dos financiamentos.  

Na semana passada o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse que a instituição terá uma expansão entre 10% e 15% do financiamento imobiliário.

Ele ainda criticou os aumentos recentes das taxas de juros. “Meu ponto em relação à economia é que eu acredito que vai ser muito mais forte do que as pessoas colocam.” 

“Teve um estresse gigantesco há 40 dias, com a taxa de juros longa DI futuro a 12,5%, um absurdo. Mostra um pânico de algo que não é a realidade, o Brasil é muito mais forte, mais efetivo, nossa parte agrícola é a mais forte do mundo ”, disse.  

Já o studo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aponta os aumentos persistentes nos custos do setor. A construção deve crescer 7,6% em 2021, o que corresponde ao melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos. 

O presidente da CBIC, José Carlos Martins lembra que apesar do resultado positivo, o setor ainda está 27,44% inferior ao seu pico de atividades, alcançado no início de 2014.

“Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020.” 

“O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o nível atual de desempenho do setor se não principais medidas urgentes para relatar a capacidade de compra das famílias de baixa renda”.

 

Fonte:CE

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