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Nova vacina contra gripe deve chegar até março de 2022, diz Butantan

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O Instituto Butantan, maior produtor de vacinas para a gripe do Hemisfério Sul, pretende ter até março do ano que vem uma vacina eficaz contra a nova variante do vírus Influenza. Várias cidades do país vivem surtos de gripe provocados pela cepa H3N2, que é uma mutação que não é combatida pelos imunizantes disponíveis no mercado.

O Instituto já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar o imunizante contra essa nova variante, para atender o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Neste ano, o instituto recebeu um selo de qualidade da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso só reforça que o imunizante contra a gripe é seguro, tem qualidade e pode ser vendido para o mundo inteiro.

A previsão do Instituto Butantan para produção e liberação de lotes deve ocorrer, no melhor cenário, na segunda quinzena de fevereiro, início de março de 2022. Hoje, as vacinas trivalentes, que são disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para a população, possuem três cepas. Elas são produzidas com um vírus H1N1, um vírus B e um vírus H3N2. Por conta das mutações dos vírus, é necessário atualizar as vacinas anualmente.

“Já produzimos 100% da H1N1. Nesse momento, estamos produzindo IFA [Insumo Farmacêutico Ativo] da cepa B. Em janeiro, vamos iniciar a produção da Darwin. Nesse momento, estamos produzindo os bancos virais para começar o IFA da Darwin”, explicou Ricardo das Neves, diretor de produção do Instituto Butantan.

O que são os bancos virais?

“Os bancos virais são as sementes para produzir os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA)”, diz das Neves. O IFA é a matéria-prima para a produção de qualquer vacina.

O diretor explica que o Butantan recebe dos laboratórios referência da OMS um volume muito pequeno, uma amostra do vírus, e que os cientistas amplificam esse vírus para começar a produção.

Por que temos vacinação anual contra a gripe?

As vacinas de influenza não criam memória a longo prazo, explicou o diretor de produção do Butantan. Além disso, todo ano há atualização de cepas. “A eficácia diminui quando tem uma mutação do vírus, mas ainda protege. As mutações são relevantes, mas os vírus continuam sendo parentes, como se fosse primos. A produção diminui, mas ainda existe”.

Sobre os surtos de influenza registrados no Brasil, Ricardo lembra que é natural a proteção da vacina diminuir um pouco após cinco, seis meses (a campanha de vacinação no país começou em abril). Contudo, a procura pela vacina da gripe esse ano foi menor, já que muitas pessoas priorizaram a vacinação contra a Covid-19.

 

Fonte:G1

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