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Estudo busca alternativa sustentável para fertilização agrícola em MS

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Trabalho conjunto entre a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e SGB-CPRM (Serviço Geológico do Brasil) fez um levantamento de regiões em Mato Grosso do Sul, ricas em minerais que podem ser utilizados como alternativas sustentáveis para fertilização agrícola.

Entre os dias 6 a 12 de dezembro, a geóloga Magda Bergmann do Serviço Geológico do Brasil, acompanhada pelo secretário executivo da Cadeia Produtiva Mineral da MS Mineral, órgão vinculado à Semagro, Eduardo Pereira, realizaram a primeira fase de reconhecimento da Formação Serra Geral e as Rochas Fosfatadas e Alcalinas, no Mato Grosso do Sul, com visitas “in loco” aos municípios de Campo Grande, Terenos, Sidrolândia, Nioaque, Porto Murtinho e Bonito, que possuem atividades de mineração.
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Em Porto Murtinho, foram visitados jazimentos de rochas alcalinas. Em Bonito, a visita foi realizada na Edem Mineração, que extrai fosfato da Serra da Bodoquena, com produção mensal em torno de 10 mil toneladas mensais. De acordo com o Geólogo Lucas Nery, da Edem, o fosfato da Serra da Bodoquena tem altos teores de 15% de P2O5. O mineral tem se mostrado uma ótima alternativa para os produtores, sendo comercializado para vários Estados e para os países vizinhos como Paraguai e a Bolívia.

Magda Bergmann, pesquisadora em geociências do SGB-CPRM, fez o levantamento e a avaliação de fontes de minerais e rochas existentes no Rio Grande do Sul e deu início à pre-avaliação do potencial mineral de Mato Grosso do Sul para uso agrícola (rochagem).

Geóloga Magda Bergmann, durante uma das visitas à região rica em minerais no Estado. (Foto: Semagro)

Geóloga Magda Bergmann, durante uma das visitas à região rica em minerais no Estado. (Foto: Semagro) 

O objetivo é utilizar essa matéria-prima na técnica de remineralização e condicionamento de solos, com ênfase em materiais disponíveis em pilhas de descartes de mineração. “É o aproveitamento de um resíduo para a fertilização agrícola, que beneficia o meio ambiente e a agricultura, se alinhando à política de desenvolvimento sustentável implantada pelo Governo do Estado”, comenta o secretário da Semagro, Jaime Verruck.

Os remineralizadores são considerados uma alternativa sustentável ou complementação aos fertilizantes tradicionais, o famoso (NPK), para o condicionamento dos solos. Esta fase de prospecção e estudo ocorre ao mesmo tempo em que o governo federal discute o Plano Nacional de Fertilizantes, para abrir caminhos para reduzir a alta dependência externa de insumos fosfatados e potássicos. A pesquisa apresentará matérias-primas para uma nova rota tecnológica na agricultura que auxilie na produção de alimentos mais saudáveis e promova a sustentabilidade das práticas agrícolas e da mineração em Mato Grosso do Sul.

A geóloga Magda Bergmann também apontou a presença dos insumos agrícolas na região do “Grupo Serra Geral” no Mato Grosso do Sul, que compreende boa parte das regiões norte, sudoeste, costa leste e o centro.

Conforme a pesquisadora as rochas basálticas têm expressividade nos terrenos de planalto, que são as áreas de maior presença da agricultura do MS, e também a mesma unidade geológica ocupa parte das regiões sul (PR, SC e RS), sudeste (SP) e centro-oeste (MS, MT e GO) do país, que receberam derrames vulcânicos há milhares de anos.

“A nova rota alternativa de insumos para produção agrícola não pretende competir com os fertilizantes solúveis, mas complementar o uso desses fertilizantes. Inclusive, as rochas não possuem teores equivalentes ao dos fertilizantes solúveis e também, não necessariamente, possuem todos os nutrientes que uma determinada cultura agrícola exige. Não podemos deixar que o conhecimento dessas rochas não passe de um potencial”, acrescentou Bergmann, sobre o desempenho das rochas no uso de fertilização dos solos.

Fonte: CGN

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