O presidente Jair Bolsonaro disse, na noite de ontem (22), que vai esperar até março do ano que vem para decidir se disputa a reeleição ao Executivo federal.
Ao conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, ele foi questionado se já tinha se definido sobre as eleições de 2022, mas desconversou. “Vou decidir em março”, resumiu. Na sequência, Bolsonaro alegou estar cansado da rotina presidencial e disse que tem sofrido críticas injustas.
“Estou três anos sem tomar caldo de cana na rua tranquilo. É duro ser criticado sem motivo. Nós estamos com um problema de inflação. Chegou a 10%. Os alimentos subiram mais do que isso. Aqui no Brasil, mais de 70% do povo apoiou o ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’. Agora que chega a conta, eu sou culpado? Acham que eu sou o malvadão?”, ponderou.
Bolsonaro ainda destacou que está no terceiro ano de mandato sem que ainda tenha sido revelado algum caso de corrupção dentro do seu governo. “Três anos sem corrupção. Pode acontecer? Pode. A gente vai tomar providência. Mas estamos há três anos sem problemas. Há pouco tempo era toda semana, o povo esquece muito rápido.”
Filiação ao PL
Por mais que tenha se esquivado de sua participação nas eleições de 2022, o presidente está negociando sua filiação ao PL. Na semana passada, o partido comandado por Valdemar Costa Neto cedeu a algumas exigências feitas por Bolsonaro, na tentativa de garantir o ingresso do chefe do Executivo.
Após reunião com a cúpula do PL, Costa Neto recebeu “carta branca” para cuidar do processo de filiação de Bolsonaro. Uma das principais decisões tomadas pelo partido é a de que a sigla não faça alianças nas eleições do ano que vem com partidos ou políticos que sejam adversários do presidente da República.
Antes dessa reunião, Bolsonaro e Costa Neto discutiram, e o PL cancelou a cerimônia que confirmaria a entrada do mandatário no partido. O presidente ficou insatisfeito, por exemplo, com o apoio do diretório do PL em São Paulo à candidatura do vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), ao posto de governador de estado.
Bolsonaro não aceitava esse posicionamento, pois entende que o PL estaria dando palco para um dos seus principais rivais políticos, o governador João Doria (PSDB-SP), que se coloca como pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Além disso, o chefe do Executivo quer lançar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, candidato ao governo paulista.
Outro ponto de atrito ocorreu em alguns estados do Nordeste, a exemplo da Bahia e do Piauí, onde o PL pertence à base de apoio dos atuais governadores Rui Costa e Wellington Dias, respectivamente, ambos do PT. Novamente, Bolsonaro demonstrou desconforto com a linha seguida pelo PL, dessa vez por temer que o partido pudesse favorecer a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também disputará as eleições presidenciais.
Fonte: R7