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Festival de Blues em Bonito ganha elogios e entra para o calendário

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Sucesso de organização e público, o Bonito Blues & Jazz Festival se consolida como um dos maiores eventos culturais do Centro-Oeste, tornando-se também um produto turístico que atrai centenas de visitantes ao principal destino de ecoturismo sul-mato-grossense.

No entanto, o município não apoia o evento, que tem entre os patrocinadores o governo do Estado.

Realizado de 12 a 14 de novembro – feriadão da Proclamação da República –, a oitava edição do festival teve uma média de 400 pessoas por noite, público considerado muito bom por reunir um grupo seleto de apreciadores de música, em especial dos gêneros blues e jazz.

A maioria da plateia foi a Bonito para assistir ao festival, ficando em segundo lugar as belezas naturais locais.

Esta edição homenageou Zé Pretim, o Bluesman Pantaneiro, e o fotógrafo Aurélio Vinícius, que morreram este ano e foram presenças assíduas desde o primeiro festival.

A Sócios Band, de Campo Grande, foi uma das bandas que se apresentou no Bonito Blues & Jazz Festival, evento que reuniu cerca de 400 pessoas por noite - Foto: Silvio Andrade
A Sócios Band, de Campo Grande, foi uma das bandas que se apresentou no Bonito Blues & Jazz Festival, evento que reuniu cerca de 400 pessoas por noite – Foto: Silvio Andrade

Também foram lembrados Renato Fernandes, do Bêbados Habilidosos, que faleceu há dois anos, e Cláudio Morce, baixista conceituado de São Paulo que vivia em Corumbá – este último tinha planos de tocar no festival, mas morreu de Covid-19.

UM BOM RECOMEÇO

“Conseguir fazer um evento no meio musical como este é uma vitória, pois reúne realmente quem aprecia blues e jazz”, afirma Carlos Porto, um dos organizadores.

“Hoje, o festival é um produto turístico muito forte, temos pesquisa que demonstra isso claramente, e também já temos público e bandas locais de Bonito. O festival estimula o mercado turístico e artístico”.

A tendência do evento é de crescimento e, para 2022, deve contar com uma superprogramação, inclusive com a participação de músicos internacionais, em especial da fronteira (Argentina e Paraguai), sinaliza Porto.

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, os organizadores e os patrocinadores estão também seguros para investir em uma nova roupagem.

“Para um recomeço, foi um dos melhores festivais, em que, por conta da pandemia [do coronavírus], recomendamos, por meio de campanha, que as pessoas se vacinassem antes de ir a Bonito. Fora a questão da segurança, o amplo espaço cultural do Sesc dispensa comentários, é ideal para reunir esse público especial, formado em sua maioria por casais”, diz Porto.

Para o organizador, as agências de turismo e o trade em geral de Bonito e região precisam despertar para esse novo nicho de mercado e vendê-lo como tal.

Em 2022, o projeto deve ser ampliado, não apenas em atrações, mas em promoção nacional, para ganhar maior visibilidade e atrair amantes dos gêneros musicais de outros estados.

“É um processo natural de formação de público e de atrair o interesse da mídia nacional. No festival deste ano, já contamos com a presença de um jornalista da Folha de Londrina, [outro] de Curitiba, além da nossa mídia local”, observa. “É nosso propósito ampliar a parceria com o Sesc, cujo espaço, ambiente confortável e ao ar livre combinam com o festival”.

Vertente fronteiriça

O também promotor do evento Afonso Rodrigues Júnior demonstrou o otimismo da organização pelo sucesso e crescimento do festival, que ganha, inclusive, nível internacional.

“Foi uma qualidade incrível, não perde para os festivais realizados nos grandes centros. O público vibrou demais, a receptividade foi maravilhosa, músicos de alto nível”, acrescenta.

Para 2022, segundo Afonso, está sendo alinhavado o patrocínio dos ministérios de Cultura e do Turismo, o que poderá levar o festival a um outro patamar, tornando-se o maior do Brasil.

“O objetivo é dar uma proporção nacional ao evento e, cada vez mais, valorizar a nossa música fronteiriça, apostando na formação de plateias, principalmente a local”, afirma.

No próximo ano, o festival deverá voltar a ser realizado na data original, no feriado de Corpus Christi, em junho, período de baixa temporada em Bonito.

“O festival fomenta o turismo, as pessoas de Bonito precisam perceber isso. Estamos pensando em criar um pacote para nosso público – profissionais liberais, empresários e universitários –, incluindo hospedagem, ingressos e opções de passeio no destino”, adianta o empresário.

Nas três noites, o Bonito Blues & Jazz Festival contou com as seguintes apresentações: Quinteto Jazz Sectur (Campo Grande), Alan Almeida Quarteto (Caarapó), Tubarões do Rio Formoso (Bonito), Duo Crossroads (Ponta Porã), Simão Gandhy (Dourados), Mr. Willie, Corvo e os Malditos do Cerrado, Sócio’s Band e Caio Ignácio (São Paulo).

De Ponta Porã, Duo Crossroads é formado pelos músicos Adilson Salinas e Augusto Rocha – Foto: Silvio Andrade

 

Fonte:CE

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