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Uso de máscara segue obrigatório em lugares fechados

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O governo do Estado anunciou nesta quarta-feira (3), durante live do Programa de Saúde e Segurança na Economia (Prosseguir), que o uso de máscara em lugares abertos não será mais obrigatório. Entretanto, manteve ativo o Decreto nº 15.456, que estabelece o uso do item de proteção apenas em locais fechados.

Esta é a única determinação do governo sobre a utilização do equipamento e, durante seu texto, a obrigação fica restrita somente a locais fechados, tanto públicos quanto privados.

“A partir do dia 22 de junho de 2020, é obrigatório o uso de máscaras de proteção individual para circulação no território sul-mato-grossense como medida de enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19 nos seguintes locais: órgãos, instituições e entidades públicas; estabelecimentos privados acessíveis ao público; meios de transporte coletivo intermunicipal e interestadual”, diz trecho do decreto.

Mesmo sem a determinação estar no papel, o governo, por meio do presidente do comitê do Prosseguir e secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, afirmou que o uso do item não é mais obrigatório.

“Vim reafirmar a retirada da obrigação de máscaras em lugares sem aglomeração e abertos, nos não temos mais essa obrigação. Nos locais fechados nós recomendamos fortemente que as máscaras sejam usadas”, disse Riedel.

De acordo com ele, o avanço da vacinação, que já alcançou mais da metade da população do Estado, foi o principal indicador levado em consideração pela equipe técnica do Prosseguir.

Apesar de o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) ter dito isso, o secretário de Estado de Saúde mostrou-se favorável à manutenção do equipamento de proteção individual.

Durante transmissão ao vivo para informar os números da pandemia, Geraldo Resende disse que ainda há casos da doença e frisou que outros países estão novamente endurecendo as medidas de segurança.

“Quero chamar todos os municípios para não descuidarem com a decisão tomada pelo comitê do Prosseguir acerca do uso de máscara. A manutenção do equipamento é importante no nosso estado e nós entendemos que ainda não é hora de afrouxar decisões relativas à Covid-19″, declarou.

“Estamos caminhando para cenário diferente do que vivenciamos há 5 meses, mas nós precisamos ter toda a precaução, tendo em vista que a todo momento a gente assiste ao recrudescimento da doença na Europa e nos Estados Unidos”, ressaltou.

“Há um crescimento muito grande da doença e é preciso a gente ter esses exemplos para mostrarmos que em Mato Grosso do Sul a ciência prepondera e que aquilo que os especialistas apontam seja adotado aqui no nosso estado”, completou.

78%

Em relação à população geral, Mato Grosso do Sul ainda segue lento para ampliar o número de pessoas com a primeira dose de vacina.

O Estado, que já foi o que mais vacinou, passou o mês de outubro praticamente inteiro na casa dos 77% de pessoas que tomaram a primeira dose e até a noite de ontem esse porcentual avançou para 78%. No caso dos imunizados, em relação a todos os moradores, essa estatística está em 65,2%.

ESPECIALISTA

O médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda concorda com o secretário e afirma que ainda é cedo para autorizar a retirada do uso de máscaras. Para ele, o melhor seria esperar até que a população acima de 12 anos, que são os vacináveis, esteja 90% imunizada, ou seja, com as duas aplicações ou dose única.

“Isso não foi definido por nenhum indicador de esquema vacinal, não tem base técnica para realizar isso, foi baseado em uma decisão do governo, sem elementos técnicos. Em outros países, por exemplo, idealmente está se retirando a obrigatoriedade com 90% dos maiores de 12 anos imunizados para evitar o aumento de hospitalização e óbito, principalmente com as festas de fim de ano e Carnaval por vir”, declarou o especialista.

Até as 19h de ontem, Mato Grosso do Sul tinha 96,6% das pessoas acima de 18 anos com a primeira dose e 83,7% com as duas doses ou dose única. Já em relação aos adolescentes, 77,8% tomaram uma dose e 36,8% as duas.

“Eu acho que poderia aguardar mais um pouco, esperar que esses adolescentes completem a segunda dose e que tenha mais dose de reforço para idoso, acho precoce liberar”, declarou.

Perguntado sobre os dados da pandemia, que mesmo com a liberação de festas e eventos têm apresentado queda, o infectologista disse que o fato de muitos adultos estarem com a proteção completa contribui para isso, mas o recomendado seria aguardar mais um tempo, apesar de a tendência ser de queda.

“Tem de observar, temos uma parcela importante de vacinados, então tudo é uma balança, vamos aguardar, mas espero que não haja aumento. Acho que poderia ser mais prudente aguardar um pouco mais”.

 

Fonte:CE

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