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Avanço da vacinação gera otimismo no setor econômico

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Ampliar os negócios e conseguir realizar contratações. Um desafio para todos os empreendedores, ainda maior durante a crise mundial resultante da pandemia de Covid-19. Em Mato Grosso do Sul, porém, alguns setores conseguiram concretizar essa meta e agora as perspectivas são ainda melhores.

Com mais da metade da população totalmente vacinada, o Estado começa a sentir o alívio da queda de casos confirmados e, principalmente, a redução das mortes. As medidas restritivas para distanciamento foram flexibilizadas, e o setor econômico também começa a “ganhar fôlego”.

A expectativa é ampliar investimentos e também empregos gerados nos próximos meses, mesmo com os desafios da inflação e juros elevados.

Há quatro anos instalada em Campo Grande, a empresa Berpram Ambiental conseguiu ampliar as atividades e contratar mais funcionários, mesmo durante o período mais crítico da pandemia. A empresa atua na reciclagem, tratamento de resíduos plásticos e comercialização de recicláveis, tendo como foco principal os grandes geradores.

No início da pandemia, com fechamento de vários estabelecimentos, deparou-se com a suspensão de contratos. Porém, outros setores, como a indústria, ajudaram a “segurar as contas” e até manter as metas de investimentos.

“Tivemos contratos suspensos com restaurantes, shoppings e acabamos não operando com 100% da capacidade no início. Mas foi algo temporário e logo fomos retomando.

Alguns setores da indústria mantiveram crescimento, gerando mais resíduos plástico”, afirma Fabrício Berton, proprietário da empresa. O comércio por delivery, por exemplo, gerou demanda maior por embalagens.

A empresa manteve os 200 funcionários durante todo o período e, recentemente, fez mais cinco contratações, pois expandiu a atuação para a reciclagem de vidro, sendo a primeira a atuar com coleta e reciclagem deste material no Estado.

“Há ainda um ganho ambiental, pois muitos destes vidros iam direto para o lixão. Nossa expectativa é de crescimento agora com a economia sendo retomada”, comentou.

Expectativa

Os planos de expansão seguem guiados pelo bom resultado da vacinação, que impacta na redução de internações e óbitos por coronavírus no Estado durante as últimas semanas.

Mato Grosso do Sul lidera como uma das unidades da federação que mais vacinou, chegando a 51% da população com esquema vacinal completo.

Por isso, o Governo de MS também espera celeridade na retomada econômica e já vem acompanhando resultados positivos, como na geração de emprego.

No primeiro semestre de deste ano, Mato Grosso do Sul acumula 27.756 novos empregos gerados, conforme dados do Caged (Cadastro Geral dos Empregados Desempregados). Somente no setor da indústria, foram 4.391 vagas criadas, terceiro setor com melhor desempenho.

O setor de celulose foi o principal responsável por esse resultado. A Eldorado Brasil, situado em Três Lagoas, contratou mil pessoas nos primeiros seis meses deste ano.

Os dados seguiram positivos em julho, com total de 3.873 empregos formais gerados em Mato Grosso do Sul. Ainda conforme o Caged, foram 1.438 no setor do comércio, um dos mais impactados pela pandemia.

Na sequência, aparece o setor de serviços, com 1.339 contratações, construção com 422 e indústria com 407.

Ainda no ano passado, mesmo com as dificuldades decorrentes da pandemia, foram abertas 7.903 empresas em Mato Grosso do Sul, maior resultado em 21 anos de série histórica da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems).

“As pessoas nem sempre percebem a grande transformação que está em curso no Mato Grosso do Sul.

Nós deixamos de ser aquele estado pequeno, da região Centro-oeste, para ocupar um espaço que era destinado aos grandes centros”, afirmou o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, presidente do Comitê Gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia).

Ele destaca a importância de manter o nível de investimentos neste período de retomada da economia, com o avanço da vacinação e o plano de recuperação.

“É muito importante que o investimento e o crescimento aconteçam simultaneamente, para haver a elevação do nível de qualidade de vida, esse é o nosso grande desafio”, disse.

O gestor de riscos da empresa Take Investing, Thiago Coelho, demonstra que diante da diminuição da circulação do vírus, a geração de emprego deve retornar aos índices pré-pandemia, aumentando o consumo pelas famílias.

Ele exemplifica que o ativo da JBS era negociado na Bolsa de Valores ao valor de R$ 33,01 antes dos primeiros casos, chegando ao preço de R$ 13,66 quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) oficializou a pandemia, mantendo em baixa esses valores.

Hoje, voltou a ser negociada a R$ 33,27. “A recuperação seguiu praticamente sem respiros até alcançar, novamente, o patamar pré-pandemia”, afirmou Coelho, acrescentando que o câmbio ajudou naturalmente, mas “sozinho não faz milagres, havendo a necessidade de aumentar o consumo”.

Dificuldades

O caminho para encontrar este equilíbrio nas contas, garantir investimentos e gerar empregos, porém, não será tão simples para alguns empreendedores e famílias que acabaram perdendo renda na pandemia.

No cenário nacional, os economistas demonstram preocupação e perspectivas negativas com a nefasta combinação de PIB (Produto Interno Bruto) menor, inflação alta e juros mais elevados. Fatores que tornam ainda mais desafiadora a missão de garantir crescimento econômico.

No País, a taxa acumulada em doze meses pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chega a 9,68%, impactada no último mês pela alta no preço dos combustíveis e alimentos.

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no 2º trimestre de 2021, mas ainda atinge 14,4 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Mato Grosso do Sul a taxa é de 9,9%, quinta menor do País, totalizando 138 mil pessoas a espera de uma oportunidade.

 

 

 

Fonte:CE

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