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Semana de pressão nos preços da arroba, mas fundamentos não mudam

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Semana conturbada para pecuária bovina de corte no Brasil. Os custos não cedem, pelo contrário. A aquisição de gado magro segue firme com elevação; pressão de preços em todo Brasil com recuo no valor da arroba; fiscais federais ameaçando parar; consumo interno sem desenvolver e bom volume e preço médio recorde para os embarques.

As variáveis são muitas e sempre digo que o valor da arroba do boi gordo é essencial, mas saber e controlar os custos para produzir a arroba é mais importante ainda. Em Mato Grosso do Sul, o preço médio do boi magro para reposição (360 quilos 12/@) é de R$ 4.200,00, o que nos leva a um valor por arroba deste animal em R$ 350,00, de acordo com os dados da Scot Consultoria. O valor médio da arroba do boi gordo em Mato Grosso do Sul, com 30 dias, na melhor das hipóteses, R$ 311,50. Claro, historicamente, a arroba do boi magro ou bezerro sempre valeram mais, mas o atual cenário, mostra a inviabilidade técnica para quem trabalha com engorda. Viável para quem faz o ciclo completo.

Nesta última semana, inegável apontar a queda no valor da arroba do gado gordo, até está quarta-feira, 25/8, chegava a perdas de até R$ 3,00. Em São Paulo, por exemplo, há um novo patamar de preços para arroba exportação, com teto em R$ 315 por arroba.

Em resumo, o cenário é menos interessante para venda neste momento, mas nada que mude o cenário que temos pela frente. Veja só: o cenário de aquisição de bezerros e boi magro mostra um componente de elevação forte no elemento que representa em torno de 70% do custo do animal pronto para o abate; terminação muito complicada por conta da seca sobre as áreas de pastagens, cereal com preços proibitivos, entre outros. Em resumo, é inegociável preços mais baixos para o boi gordo. Além disso, há notícias de boiadas de confinamento entrando em abate no Mato Grosso, o que impacta preços em toda região. Digo isso, para lembrar que o preço não pode recuar, que a expectativa de alta segue, mas, os custos, também.

Por falar em alta, a estimativa segue positiva, mas sem dúvidas a patinada da economia, quanto ao poder de compra menor da população pesa, principalmente, se considerarmos a parte significativa da produção ficar no mercado interno. Portanto, o cenário é de alta para o segundo semestre, mas por enquanto ele não reflete o potencial. Em situação como a citada, talvez, o melhor seja mesmo negociar em conta-gotas.

Na outra ponta, equilibrando os elementos, posso citar as exportações brasileiras de carne bovina. Os embarques seguem volumosos com o preço médio da tonelada expressivo, lá na casa do US$ 5.500, mostrando um forte faturamento da indústria exportadora que fatura, neste momento com o valor mais alto das exportações e preços mais baixos para arroba. Jogo do mercado.

Para os próximos dias, até semanas não considero mudança relevante para o mercado. As indústrias restabeleceram as escalas que tinham antes da semana anterior ao dia dos pais, mas também não é nada sensacional. Apenas a certeza que a ponta compradora vai testar a resistência do pecuarista brasileiro nos próximos dias. Com isso, o produtor rural já está acostumado.

Fabiano Reis é jornalista, mestre em Produção e Gestão Agroindustrial

Facebook e Instagram: @Fabianosreis

 

Fonte:CGN

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