A equipe da Neurocirurgia da Santa de Campo Grande juntamente com o Serviço de Anestesia (Servan), realizaram no dia 16 de agosto (segunda-feira), pela primeira vez em Mato Grosso do Sul, uma cortodomia, procedimento cirúrgico na medula espinhal em pacientes com dores lancinantes e que já não apresentam melhora diante de outros tratamentos. Ela é especialmente indicada para dores causadas por cânceres que não respondem mais aos remédios. Esse procedimento deve ser muito bem selecionado e necessita de uma equipe especializada para sua realização e em razão disso, pouco se ouve falar.
O procedimento cirúrgico que tem duração de 2 a 3 horas, foi realizado através de um pequeno corte na coluna torácica do paciente, que deve receber alta nos próximos dias. Para o neurocirurgião, Dr. Antônio Martins de Freitas Júnior, “A cordotomia é um procedimento que pode trazer uma melhor qualidade de vida para os pacientes com câncer. O paciente portador de câncer acredita ser normal conviver com a dor. Eu acredito que ninguém precisa viver com dor. Essa intervenção é apenas uma das inúmeras opções de tratamento cirúrgico para dor nesses pacientes’’.
Os pacientes que passam por esse tipo de cirurgia têm as vias que conduzem o estimulo doloroso ao cérebro (fibras do trato espinotalâmico lateral) interrompidas, gerando assim a perda da sensibilidade da dor e temperatura. Em razão de ser um procedimento complexo, ela é usada somente em casos de dor oncológica de difícil controle, ou em pacientes com necessidade de medicações em altas doses em que os efeitos coletareis dessas medicações sejam inaceitáveis. A cordotomia é indicada somente para os pacientes que possuem dores do umbigo para baixo e apenas de um lado do corpo, e para serem submetidos a cirurgia devem passar por uma avaliação da equipe médica especializada”.
José Caetano, 68 anos, estava internado na Santa Casa de Campo Grande desde o dia 5 de agosto devido um sarcoma (tipo de câncer) em membro inferior direito. Após discussão caso com toda equipe que o assistia, a indicação do procedimento trará mais qualidade de vida com a redução das dores. “Eu sofria demais e há tempos, a gente procura ser forte a todo momento, mas chega uma hora que não dá mais. E agora poder ir pra casa melhor, me deixa muito contente e agradecido pelo cuidado que tive pela equipe do hospital todos esses dias”, destacou o paciente.
Também acompanhou o procedimento cirúrgico do paciente, o médico neurocirurgião, Dr. Diego de Angelis Ramos. Além dele, o médico oncologista clínico, Dr. Jairo Coleone Quinelato, acompanhava clinicamente José Caetano desde a sua admissão no hospital.
Fonte:EnfoqueMS