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Julius é o carioca “da gema” que descobriu o verdadeiro Pantanal ao fotografar o de MS

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“Os mais de 1.500 quilômetros que separam a cidade do Rio de Janeiro ao Pantanal de MS são praticamente nada quando se ama o lugar que estamos a visitar”.

Quem disse a frase acima foi Julius Dadalti, 50 anos, o carioca “da gema”, fotógrafo de natureza/vida selvagem e um “pantaneiro de corpo e alma” nas horas vagas. Foi ao conhecer as paisagens do Pantanal sul-mato-grossense que conheceu o seu “segundo lar”.

(Foto: Julius Dadalti)

Com a vida dividida entre a Cidade Maravilhosa, países africanos e a nossa região pantaneira, hoje ele até se aventura a questionar: “se eu tivesse descoberto o Pantanal mais cedo, será que não estaria morando por lá?”.

Provavelmente, Julius – suas fotografias estão de prova.

O fotógrafo conta que sua relação com o Pantanal começou primeiramente no da região de Mato Grosso, onde fez sua primeira viagem no ano de 2015.

“Tinha muita vontade de fotografar as onças da região de Porto Jofre, tanto é que retornei pra lá mais três vezes. Entretanto, notei a importância de expandir meu conhecimento sobre o Pantanal como um todo. Desde pequeno, sempre fui ligado à natureza e tinha como princípio estudar o lugar por onde visitaria. Com MS não foi diferente”, explica.

(Foto: Julius Dadalti)
(Foto: Julius Dadalti)

Esse diferencial, porém, fez Julius ter uma baita aventura na primeira vez que veio para cá – isso já no ano seguinte. Assim, o Pantanal realmente se tornou o seu “lugar especial”.

“Saímos eu e um grande amigo fotógrafo de pickup do Rio de Janeiro até a região de Rio Negro. Foi um dia e meio de um lindo off-road, e com uma chegada primorosa. Sem falar da companhia de tamanduás, emas, araras e o que mais você imaginar. No caminho já estávamos a descobrir o que viria pela frente”.

“Fiquei bestificado com o local, e sabia que aquela seria a primeira viagem de muitas”.

Na ocasião, Julius e o amigo tiveram como base a Fazenda Barra Mansa. “Com certeza foi um dos rios mais cênicos em que já naveguei. Horas a bordo da pequena voadeira, com o silêncio só quebrado por lindíssimas sinfonias naturais – das águas ao vento, da flora ao canto da fauna. Que lugar!”.

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Mas o fotógrafo não ficou só no Pantanal de Rio Negro, como também fez questão de seguir viagem ao de Aquidauana.

“Conheci também as regiões adjacentes, Bonito e Jardim, onde tive o privilégio de fotografar as águas azuis e indescritíveis do Recanto Ecológico Rio da Prata, além das lindas aves que vivem no Buraco das Araras. Continuo estudando a região a fim de visitar outras localidades. Verdade seja dita: são ‘Pantanais’ a serem descobertos”, afirma.

(Foto: Julius Dadalti)
(Foto: Julius Dadalti)

Por enquanto, Julius só visitou duas vezes o Pantanal de Aquidauana. A mais recente foi em fevereiro deste ano – isto é, nem a pandemia foi capaz de impedi-lo voltar ao seu “quintal” fotográfico. Com planos de retornar já no ano que vem, de qualquer maneira, ele já pode sentir um gostinho “inesquecível”.

“As hospedagens na Pousada Aguapé e na Fazenda Barra Mansa foram sensacionais. As pessoas são muito acolhedoras e a cultura local espetacular. Impossível não retratar aquilo tudo com as lentes da câmera. Ah! E não poderia deixar de mencionar a culinária pantaneira – são vários gostos que voltam à boca. Na memória, cenas como o manejo do gado num Pantanal alagado do mês de fevereiro, os reflexos nas lindas águas do Rio Negro, as araras azuis da região de Aquidauana… tudo parece ser intocado!’.

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Trajetória – Nascido e criado no bairro do Méier (“do Brasil”, como brincam os cariocas), Julius até então era policial federal quando se aposentou da profissão para exercitar integralmente a atividade de “cliques certeiros”.

Bem antes disso, no ano de 2011, realizou um sonho de criança que foi conhecer de perto o continente africano. Na época, não tinha equipamento profissional muito menos técnica fotográfica adequada, conta.

“Mas voltei de lá completamente maravilhado. Dali em diante, resolvi que seria fotógrafo de natureza. ‘Culpa da África do Sul!’, costumo falar aos amigos”, diz.

Ainda enquanto servidor público federal, Julius ocupava suas horas vagas com a fotografia. Após se aperfeiçoar, retornou à África, desta vez Quênia e Namíbia. Apesar desse amor pelo continente africano, ele mesmo começou a pensar muito sobre as terras tupiniquins.

“Afinal, a Amazônia e o Pantanal são as nossas jóias raras. Resolvi caçar destinos por lá. Nisso, fotografei bastante. Notei o prazer que é curtir e admirar o que é nosso, o que está aqui do lado. Dar o devido valor. Só neste ano, por exemplo, já pisei no Pantanal três vezes. E tenho pelo menos outras três ainda em 2021. Vou aprendendo, ouvindo causos, músicas, dicas dos meus guias e piloteiros… muita cultura, história, natureza”, compartilha.

Já aposentado da corporação, atualmente Julius realiza workshops de fotografia de vida selvagem e organiza expedições fotográficas.

“Acabamos de retornar do Quênia com um grupo de nove fotógrafos e em setembro agora retorno ao Pantanal Norte. Já em fevereiro de 2022, mais uma vez o Pantanal de Aquidauana. Num futuro sem pandemia, haverá ainda mais Pantanal, Amazônia, África!”, confirma.

Sobre as conexões e vivências pantaneiras, para Julius tudo se resume em uma só palavra-chave.

“É inspiração. Aprendi e ainda aprendo muito. É meu segundo lar, onde quero continuar fortalecendo esse laço criado, buscando novos projetos de fotografia e expedições por esse mundo natural praticamente intocado. Não importa se são 1.500 quilômetros de distância que nos separam. Quando se tem amor, não existem fronterias”.

Você pode conferir mais imagens clicadas por Julius em seu perfil do Instagram ou no site oficial do fotógrafo.

Fonte:OPantaneiro

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