A justiça manteve preso o empresário Jean Michel de Souza, apontado como assassino do empresário sul-mato-grossense Antônio Soares dos Santos, da esposa dele Helena Maria Marra dos Santos e da filha do casal, Jaqueline Soares, em Umuarama, interior do Paraná. Apesar de negar o crime, manchas de sangue e contradições no depoimento, ajudaram a construir provas concretas do envolvimento do suspeito no crime.
Jean Michel era casado com Jaqueline e negou ser o assassino da mulher e dos sogros na delegacia. Em audiência de custódia, no entanto, não falou. Diante das provas, o juiz da 2ª Vara Criminal de Umuarama conversou o flagrante em prisão preventiva.
Várias contradições, marcas de sangue no carro e na lavanderia da casa da mãe de Jean, além de reações diante dos questionamentos da polícia, levaram a prisão na noite de segunda-feira (9). A família foi morta na noite anterior, mas os corpos só foram encontrados horas depois, pela funcionária da casa.
Enquanto a perícia estava no local e tentava descobrir o que havia acontecido com a família, policiais foram até a loja de aviamentos que Jean administrava junto com a esposa. Ele trabalhava normalmente e para as equipes afirmou já saber da morte dos sogros e da mulher. Apesar disso, não demostrou qualquer emoção.
Negou qualquer participação e alegou que havia saído de casa apenas às 13h de domingo para ver a mulher, mas que teria voltado logo depois do almoço. Aos poucos, a polícia começou a desmentir a versão do empresário. Descobriu que ele só retornou para a residência da mãe de noite e ainda encontrou manchas de sangue na lavanderia e no carro dele.
O veículo havia sido limpo, mas com uso de luminol, a perícia detectou sangue no volante. Já as manchas encontradas na lavandeira eram idênticas a pegadas encontradas na casa das vítimas.
Histórico de violência – Ex-namorada de Jean relevou em entrevista ao site O Bem Dito que o empresário já apresentava comportamento agressivo e ciúmes possessivo durante os meses de relacionamento com ele.
“Ele já me empurrou e me deu tapas”, afirmou. Segundo a mulher, Jean costumava controlar o as roupas e até a intensidade da maquiagem que ela usava, por ciúmes. “Em muitos momentos, ele era controlador e possessivo, mas ao mesmo tempo, ele se mostrava uma pessoa afetuosa e educada”, completou.
Com a morte de Jaqueline, amigos revelaram que o casamento entre os dois era conturbado. A vítima descrevia o marido como ciumento e abusivo, mas afirmava acreditar em uma mudança de comportamento. Ela ainda narrava a descoberta de traições constantes.
O crime – Antônio Soares dos Santos, de 65 anos, foi o primeiro assassinado. Esfaqueado na altura do pescoço, segundo perícia preliminar, ele morreu na hora. Depois, a sogra de Jean, Helena Marra dos Santos, de 59 anos, foi assassinada também com golpe no pescoço, ambos no térreo do sobrado da família. Por último, a filha do casal, a advogada Jaqueline Soares, de 39 anos, foi morta em uma banheira.
Antônio era proprietário de lojas de tecido e roupas em Naviraí, Mundo Novo e Guaíra, no Paraná.
Fonte:CGN