De principal algoz do PSDB nas eleições de 2018, o PDT articula para ser um dos grandes aliados do projeto tucano de lançar o secretário de Infraestrutura Eduardo Riedel ao governo do Estado em 2022.
O partido não esconde que já negocia com o PSDB de Mato Grosso do Sul e também afirma que a possível aliança não deve prejudicar os candidatos trabalhistas a pedirem voto para Ciro Gomes nas eleições presidenciais de 2022.
O presidente estadual do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira, confirma as conversas com o PSDB e afirma que, mesmo tendo candidatos presidenciais distintos para 2022, as duas siglas trabalham para constituir em plano nacional uma alternativa às candidaturas de Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O partido ainda estuda lançar Ciro Gomes em um projeto de terceira via e também conversa com o PT, porque o cenário político atual está bem acirrado”, diz Dagoberto.
O deputado federal também ressalta que foi procurado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). “Estamos articulando uma possível aliança. E já avisei que vou apoiar [o PSDB], caso o candidato ao governo seja o Riedel”, destaca.
Apesar de antecipar o apoio a uma possível candidatura ao governo do Estado, independentemente de o secretário de Infraestrutura continuar no PSDB, Dagoberto Nogueira sugere que Eduardo Riedel vá para outro partido, para ampliar suas possibilidades de aliança.
“Se realmente Ciro Gomes for lançado como pré-candidato, a possível aliança entre o PSDB não será afetada, mas existe uma conversa que o Riedel pode ir para outro partido que não tenha candidato a terceira via e coligue com os tucanos, o PDT e as demais alianças”, diz o deputado federal.
Mais cedo, no início deste mês, em outra entrevista ao Correio do Estado, o presidente estadual do PDT acrescentou que a maior restrição do partido em 2022 será apoiar candidatos com limitações.
“Não vou apoiar ninguém com impedimentos, processos ou que apresente problemas. Quero alguém com a imagem limpa e que mostre boas propostas à população”, frisa.
Em 2018, o PDT chegou ao segundo turno das eleições para o governo do Estado, com a candidatura do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira.
Azambuja (PSDB) acabou reeleito, com estreita margem: fez 52,35% dos votos contra 47,65% de Oliveira.
De lá para cá, Oliveira deixou o PDT e atualmente está mais alinhado ao prefeito Marquinhos Trad (PSD). Seu filho Odilon de Oliveira Júnior, que não conseguiu se reeleger para o mandato de vereador na Capital, atualmente, é diretor-presidente da Agência de Regulação de Serviços Públicos (Agereg), em Campo Grande.
JÁ O PSDB
O presidente estadual do PSDB, Sérgio de Paula, falou que as conversas sobre alianças e candidaturas seguem rumos diferentes no âmbito estadual e nacional.
“Aqui no Estado temos uma visão sobre as alianças e candidaturas, já no cenário nacional isso é totalmente diferente. Ainda que o PDT lance Ciro Gomes [PDT] como candidato, não vai afetar em nada nossa conversa com Dagoberto e com o diretório regional. Volto a falar que vamos respeitar a vontade das siglas e as candidaturas colocadas”, pontua.
Questionado sobre as articulações com PDT, Sérgio de Paula comentou que o deputado federal tem se mostrado aberto a sugestões.
“Apesar de estarmos ainda na fase de conservação, as articulações com Dagoberto Nogueira [PDT] têm dado muito certo e é uma discussão que está sendo tranquila. Estamos adiantando pautas, e ambos os lados estão dando abertura e espaço para demonstrar suas opiniões”, afirmou.
“No caso desse surgimento de Ciro Gomes, não vejo problema algum montar dois palanques. Não vejo possibilidade de atritos com a sigla, mesmo não tendo nenhum apoio confirmado”, frisa o tucano.
Fonte:CE