A cepa, identificada pela primeira vez na Índia, é muito mais transmissível que qualquer outra versão do coronavírus já descoberta e provoca sintomas diferenciados. A Secretaria municipal de Saúde do Rio detalhou os sintomas mais relatados por quem foi diagnosticado com a variante.
A maioria dos infectados apresentou síndrome gripal, que inclui um conjunto de sintomas parecidos com os da gripe, como tosse, febre e dor de garganta, além de dor na cabeça, nos músculos ou nas articulações.
Esses sintomas se diferem em parte da chamada “síndrome respiratória aguda grave”, que engloba, além dos sintomas de síndrome gripal, também falta de ar, desconforto respiratório e saturação de oxigênio menor que 95%.
Dos 23 diagnosticados com a cepa Delta no Rio, apenas uma pessoa precisou de internação por síndrome respiratória aguda grave, mas já teve alta.
A Secretaria municipal de Saúde lembra que os cuidados com a variante Delta são os mesmos. É preciso manter o distanciamento social, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70 ou, quando possível, água e sabão.
Variante mais transmissível
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com o Imperial College, do Reino Unido, sugeriu que a variante Delta do coronavírus é a mais contagiosa entre as que já foram sequenciadas. Sua transmissibilidade chega a ser 97% maior do que a versão original do vírus descoberto em 2019 na China.
Outro estudo, feito na Austrália, demonstrou que um contato próximo de apenas cinco a dez segundos com alguém contaminado pela variante Delta do coronavírus já é suficiente para contrair a cepa.
Mapeamento do vírus
A gestão municipal disse que continua fazendo o monitoramento das variantes do coronavírus na capital periodicamente, por meio de cálculo amostral, por semana epidemiológica.
Desde abril, em parceria com o governo do estado, o município tem encaminhado parte das amostras de exames RT-PCR positivos ao Instituto Butantan para que seja realizada uma análise genômica, que identifique as cepas circulantes no momento na cidade. Foi por meio desta iniciativa que foi detectado o primeiro caso positivo para esta variante na capital.
A secretaria também disse que tem um acordo de estudo de variantes com o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e com o Instituto Adolfo Lutz, que fazem a vigilância com o objetivo de identificar quais cepas circulam pela cidade.
A variante delta foi identificada no Brasil há cerca de um mês e já é responsável por pelo menos duas mortes no país. Ela tem se tornado a cepa dominante em todo o mundo, segundo a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan.
O primeiro caso da variante delta no estado de São Paulo foi identificado em um passageiro de 32 anos que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 22 de maio, e seguiu para o Rio de Janeiro. Ele é de Campos dos Goytacazes, no Rio, e o diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz.
Fonte:G1