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Municípios querem vacinar 700 mil crianças acima de 3 anos em Mato Grosso do Sul

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O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul (Cosems) solicitou ao Ministério da Saúde que o Estado seja autorizado a vacinar crianças sem comorbidades a partir dos 3 anos contra a Covid-19. A estimativa é de que seja cerca de 700 mil crianças até os 17 anos no Estado.

De acordo com o presidente do Cosems, Rogério Leite, que também é secretário de Saúde de Corumbá, o pedido foi entregue ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na sexta-feira (16), durante sua visita a Campo Grande, e ele será analisado pela comissão técnica do Ministério da Saúde.

A vacina a ser usada para esse grupo etário seria a da Pfizer, que já foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em jovens de 12 a 17 anos, e da Coronavac, que ainda aguarda aprovação do órgão de controle, mas que seria de 3 a 17 anos.

“Da mesma forma que iniciamos o pedido de vacinação por faixa etária e de estarmos avançando na imunização em nosso Estado, aproveitamos para entregar ao ministro um pedido para que a gente possa fazer a imunização das crianças e dos adolescentes com vacina da Pfizer e da Coronavac”, explicou Leite.

“Aproveitando o momento que já estamos no Estado, bem avançados nessa questão de vacinação, para a gente fazer o retorno de volta às aulas com segurança para as famílias”, completou.

Ainda segundo o presidente, essa autorização seria apenas para os municípios que já tiveram a vacinação até os 18 anos encerrada ou que já estão muito próximos de isso acontecer.

“Mediante a disponibilidade das doses, avançaríamos por faixa etária, da mesma forma que estamos avançando na imunização dos 18 acima. Estamos chegando em 50% da totalidade dos municípios com pessoas de 18 anos ou mais recebendo D1 [primeira dose] ou dose única no Estado. E com quase 50% das pessoas de 18 ou mais já imunizadas”, explicou o presidente do Cosems.

COMORBIDADES

Desse grupo, apenas uma pequena parcela já recebeu alguma dose de vacina contra a Covid-19. Segundo dados do Vacinômetro do governo do Estado, retirados no fim da tarde de ontem, 5.039 pessoas abaixo de 18 anos já receberam a primeira dose da Pfizer, único imunizante autorizado a vacinar adolescentes.

Outros 90 adolescentes já receberam a segunda dose, enquanto 99 tomaram a segunda.

Apesar de já ter autorização da Anvisa, o ministro da Saúde disse, durante a visita a Mato Grosso do Sul, que a vacinação para adolescentes ainda necessita de mais pesquisa para entrar no Programa Nacional de Imunização (PNI).

“O melhor é que não vacine. Se já vacinou, não tem como a gente ir lá e tirar a vacina do braço da pessoa. Não temos perspectiva de quando vamos vacinar esse público, com comorbidade ou sem comorbidade”, disse Queiroga na sexta-feira.

“Com comorbidade vai ser decidido pela câmara técnica do Programa Nacional de Imunização, uma vez que aprovado lá será repassado, enquanto isso, não”, completou.

Já segundo o secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, a questão tem sido discutida dentro do governo do Estado, mas o entendimento é de que se deve finalizar primeiro as faixas etárias acima dos 18 anos, antes de iniciar a aplicação nas crianças.

“Aqui também, essa discussão está aberta. É importante frisar que antes temos de imunizar a população com mais de 18”, destacou Riedel ao Correio do Estado, na semana passada.

Para a secretária adjunta de Saúde do Estado, Crhistinne Maymone, Mato Grosso do Sul ainda tem um grande número de pessoas que precisa ser vacinado. “Estamos ainda estudando as possibilidades e dependemos da disponibilização das vacinas da União”, declarou.

SOLICITAÇÃO

O Instituto Butantan entrou com pedido de autorização da Anvisa para a aplicação da Coronavac, fabricada em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, para crianças a partir dos 3 anos até os 17 anos.

Assim como a Pfizer, que usou estudo feito nos Estados Unidos sobre os adolescentes, o Instituto inseriu dados de estudo de fase 1/2 sobre o uso da Coronavac em crianças, publicado na revista científica The Lancet, que avaliou a segurança da fórmula contra a Covid-19 em 552 participantes saudáveis de 3 a 17 anos, na província chinesa de Hebei.

Conforme o artigo científico, após duas doses aplicadas em um intervalo de 28 dias, mais de 96% dos integrantes do grupo testado produziram anticorpos contra o novo coronavírus.

O ensaio clínico foi do tipo randomizado, duplo-cego e controlado. Isso significa que os participantes receberam a Coronavac ou o placebo, de forma aleatória.

Para a cuidadora de idosos Ericka Ferreira da Silva, 35 anos, e mãe de oito filhos – de 18, 16, 13, 9, 6, 5, 3 e 1 ano – a vacinação em crianças seria uma forma de tranquilizar os pais, já que as aulas retornarão ao presencial neste segundo semestre. “Isso é bom, me tranquilizaria muito”, afirmou.

As aulas da Rede Municipal de Ensino (Reme) voltarão ao presencial a partir do dia 26 de julho, no sistema híbrido. Já as atividades em sala de aula da Rede Estadual de Ensino (REE) voltam no dia 2 de agosto deste ano.

 

 

Fonte:CE

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