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Aposentado adota vida de nômade com ajuda de sua “dengosa cremosa” sobre rodas

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Guilherme Gonçalves é o campo-grandense que ao virar a página pros “cinquenta” pôs finalmente em prática uma vontade desde que era criança. Seguindo ao pé da letra a máxima “eu sou eu e minha circunstância”, o aposentado de 53 anos se livrou das garras da rotina – que segundo ele, “é pura chatice” – e tem vivido a experiência de ser nômade. Com ajuda de sua “dengosa cremosa”, claro.
“Dengosa cremosa” é o apelido que o campo-grandense Guilherme Gonçalves deu à sua Karmann Ghia Mobil Safari.

É assim o apelido dado à sua casa sobre rodas. Seu utilitário nada mais é que um Volkswagen (Kombi) modelo Karmann Ghia Mobil Safari. Parceria entre as duas empresas brasileiras no início dos anos 1980, Guilherme é dono de uma raridade: só existem hoje cerca de 350 modelos iguais em circulação. Mas só foi no ano de 2015 que o aposentado consegui ter as chaves de “cremosinha”.

“Desde pequeno sonho em ter um motorhome próprio. Quando criança, por ser um veículo diferente, inusitado pra sair andando por aí. Agora, pela possibilidade de viajar com a estrutura de uma casa simplificada, que vem me ajudando a desbravar os mais diferentes locais que eu quiser ir”, explica.

Rodando o país, o aposentado de 53 anos vive a melhor fase da vida: “redescobrir o que significa ser livre”, afirma.

Desde então, Guilherme e sua Kombi “dengosa” vem se aventurando Brasil afora, pois como aposentado ele garante tempo livre e independência financeira. “É um estilo de vida que eu consigo manter, que é ter um motorhome de lar”, descreve.

O que para ele é uma grata satisfação. “Isso vem me proporcionando um alto conhecimento. É uma tremenda mudança a gente ver o mundo dessa forma, nas quatro paredes do veículo, rodando as estradas, tendo a companhia do seu próprio pensamento, conversando consigo mesmo. Viver essa experiência é algo que poucas pessoas se permitiriam ou teriam coragem de encarar”, opina.

“O maior desafio é redescobrir o que significa ser livre”.

O motorhome abriga no máximo quatro pessoas. Dentro, uma minúscula cozinha com fogão, forno e geladeira; banheiro com vaso sanitário químico, pia e chuveiro; e, claro, mesa reversível cujo tampo se abaixa e os encostos viram “colchão”. Tudo que o proprietário considera como “suficiente”.

“Com a compra da Kombi Safari, tive a oportunidade de participar do Kombi Clube MS, onde conheci muitas pessoas legais e até participei dos encontros de kombeiros, um deles a Expedição Rally Pantanal Serra da Bodoquena, que passou por Anastácio, Bonito e Bodoquena em 2018”, cita.

Com velocidade máxima de 80 km/h, sua “cremosa” não tolera pressa – e nisso Guilherme tem paciência de sobra. “Das viagens regionais que já fiz, destaco Bodoquena, onde fiquei em uma fazenda logo depois da ponte do Rio Salobra por quase 1 mês. Já cruzei o estado, fui de Bonito à Rio Verde, onde acabei passando as festas de fim de ano”, lista.

Além de MS, rumou da região Nordeste ao Norte do Brasil, isso sem qualquer destino fixo, mas “apenas aproveitando lugares com boas atrações e uma estada tranquila”, afirma.

“Antes de chegar ao Rio Grande do Norte, muitas cidades me chamaram a atenção. Aracaju, Porto de Galinhas, mas de um modo especial a Praia da Pipa, em Tibau do Sul, onde as tartarugas vão se alimentar. João Pessoa também, mas foi uma passagem rápida, e que ainda pretendo voltar para uma temporada mais longa”, garante.

Filho caçula de Guilherme, à época com 9 anos, viajou com o pai de “carona” na Kombi apaixonante, de BA para MS.

Pai de três filhos, Guilherme dividiu com o caçula de 9 anos na época uma de suas aventuras. “Estávamos retornando de Salvador para Campo Grande, e nisso despertou nele a mesma paixão que tenho pela Kombi. Ainda hoje nos recordamos sobre a saga de fazer uma mudança de casa, de quando morávamos na Bahia, e ao mesmo tempo nos divertir estrada adentro”, conta.

Na pandemia, entretanto, as viagens longas foram interrompidas. A última, porém, foi voltar à BA para visitar a sobrinha. “Fui pra Itacaré, onde ela morava, e lá estava sofrendo muito com o isolamento e a falta do turismo. Desempregada e sem família por perto, ela decidiu mudar para MS. Dessa forma, viajou na Kombi ao meu lado”, relata.

Na casa sobre rodas, o kombeiro ainda faz o mundo de quintal, mas por enquanto um jardim mais restrito, pela região de MS. Com a “santa vacina”, o plano agora é viajar ao Sul já no próximo verão ou, quem sabe, correr estradas internacional ao cruzar a fronteira. Isto sem perder o bom humor pra covid:

“Sempre cumpri estritamente a orientação de ficar em casa… mas o problema é que meu lar é rotativo. Que culpa eu tenho?”, brinca.

Fonte: OPantaneiro

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