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Colheita do milho deve ser menor do que no ano passado em Mato Grosso do Sul

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Após enfrentar atraso no plantio, falta de chuvas e geada, a estimativa da produção do milho safrinha em Mato Grosso do Sul foi reduzida.

Conforme estimativa do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), a projeção é colher 8,251 milhões de toneladas de milho. Queda de 22,29% em relação ao ciclo anterior, quando a safrinha atingiu 10,618 milhões de toneladas.

Já a área plantada para o milho segunda safra continua estimada em 2,003 milhões de hectares, aumento de 5,7% quando comparada com a área da safra 2019/2020, que foi de 1,895 milhão de hectares.

Já a produtividade foi reduzida e é estimada em 68,7 sacas por hectare, ante as 93,4 sacas por hectare colhidas na safra anterior.

De acordo com o boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), as adversidades climáticas nas principais regiões produtoras do Estado, em especial a falta de chuvas, afetaram diretamente o desenvolvimento do milho, “levando a maioria das lavouras a serem enquadradas na classificação ‘regular e ruins’.

Observa-se a campo diversos tipos de situações, desde lavouras com espigas com má formação, plantas que não desenvolveram, estandes irregulares, entre outros problemas que afetam diretamente o potencial produtivo da cultura”, detalha o relatório técnico.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, aponta que o atraso da soja primeira safra, tanto plantio quanto colheita, empurraram o milho para a janela fora do zoneamento climático.

“Boa parte do milho foi plantado após o dia 10 de março, período que o zoneamento estabelece como limite para que a gente tenha seguro agrícola – a partir daí a gente corre risco na produção. E, na verdade, o milho que foi plantado depois está em melhores condições que aquele que foi plantado mais cedo. Por regiões também temos uma diversidade muito grande. Acreditamos que teremos uma perda em torno de 30%”, avalia.

REGIÕES

De acordo com os técnicos da Famasul e da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS), algumas lavouras do Estado tiveram perda total en função da estiagem e da queda de granizo.

“Alguns produtores já planejam gradear a cultura em vez de colher, haja vista que o custo com a operação das máquinas sem perspectiva de produção inviabilizam a continuidade do cultivo. A queda de granizo no mês de maio afetou 6.890 hectares em Naviraí, 600 hectares em Amambai e 50 hectares em Coronel Sapucaia – essas áreas tiveram perda total da área plantada de milho”, analisa o relatório.

As regiões oeste, centro, sul e sudeste possuem as piores condições das lavouras e, juntas, representam mais da metade da área plantada do Estado. Segundo o agrônomo Ricardo Rigon, que atende a região sul de MS, a média de prejuízos é de 70%.

“Nas áreas que atendo, as perdas são em torno de 70%, na média, principalmente o milho semeado fora da janela. Tínhamos uma expectativa nesses últimos plantados, mas não vingaram com a seca. E os primeiros plantados tiveram uma performance um pouco melhor pelo fato de terem nascido, ficando com uma boa população de plantas. Esses plantados por último temos áreas em que o milho nem nasceu”, relata o agrônomo.

O prognóstico de precipitação acumulada indica que este mês o Estado deve acumular até 130 milímetros de chuvas, e no mês de julho, até 80 mm. Já em agosto as condições de precipitação pioram, e o acumulado máximo para o mês é de 60 mm.

A precipitação indicada é menor que a demanda hídrica exigida pela cultura no desenvolvimento do seu ciclo.

“Temos municípios com situação crítica de seca. Estamos avaliando publicar decreto de calamidade hídrica nestes que tiveram uma perda de quase 100% na produção de milho em Mato Grosso do Sul”, ressalta o secretário Jaime Verruck.

A colheita da 2ª safra ainda não se iniciou. Segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, até 21 de junho, MS já havia comercializado 41,50% da safrinha, um ponto porcentual a menos do que o índice apresentado no mesmo período do ano passado.

PREÇOS

Depois de alta valorização nos últimos meses, os preços do milho caíram no mercado físico brasileiro.

Conforme levantamento do site Notícias Agrícolas, não houve valorização em nenhuma das praças, enquanto as desvalorizações apareceram em alguns municípios do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Distrito Federal e Bahia.

Em Mato Grosso do Sul, houve desvalorização em Dourados e São Gabriel do Oeste. Conforme o levantamento, o preço da saca do milho apresentou desvalorização de 8,83% entre 14 e 21 de junho de 2021, encerrando o período negociada a R$ 75,50.

Os preços futuros do milho tiveram um dia de recuperação na Bolsa brasileira (B3), mas encerraram a quarta-feira em campo misto. A cotação para julho foi a R$ 81,21, elevação de 0,51%, enquanto para novembro foi comercializada por R$ 82,32, queda de 0,34%.

Na Bolsa de Chicago (CBOT) a movimentação foi parecida. O vencimento para o próximo mês foi cotado a US$ 6,64, elevação de 4,50 pontos, e os vencimentos para dezembro foram a US$ 5,35, desvalorização de 3,25 pontos.
Fonte:CE

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