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Nos bastidores já se discute substituição de conselheiros do TCE

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Não são somente os detalhes sobre as investigações da Polícia Federal contra os conselheiros Osmar Jeronymo, Ronaldo Chadid e Waldir Neves que vêm causando burburinho nos corredores do Parque dos Poderes.

A possibilidade de suspensão de atuação dos investigados, ou mesmo de eles se aposentarem em meio às investigações para tirar o foco da Corte, já começa a suscitar.

Ainda que informalmente, o debate sobre possível abertura de três vagas no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), que é responsável por julgar as contas e fazer o controle externo da administração pública.

Além de ajudar no combate à corrupção, prática pela qual os conselheiros são investigados.

A julgar pelo que ocorreu em estados como Mato Grosso e Rio de Janeiro, a suspensão de atuação dos conselheiros do TCE-MS é uma possibilidade que está no radar.

A Operação Mineração de Ouro investiga um possível esquema de venda de decisões judiciais, que também envolve prática de lavagem de dinheiro por meio de laranjas ou mesmo a prática de rachadinha entre assessor e conselheiro.

Embora não haja a confirmação, nas conversas de corredor no Parque dos Poderes, existe o indicativo de que o Ministério Público Federal estaria preparando um pedido de afastamento dos três (a Corte tem um total de sete) conselheiros envolvidos.

No caso da abertura de três vagas para conselheiro do Tribunal de Contas, o governo do Estado poderia fazer pelo menos uma destas indicações.

As outras duas seriam feitas necessariamente pela Assembleia Legislativa, e em uma delas o indicado deve ser um integrante do Ministério Público de Contas.

As regras de indicações para a Corte foram definidas pela súmula 653 do Supremo Tribunal Federal (STF).

“No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um entre auditores, outro entre membros do Ministério Público e um terceiro à sua livre escolha”, estabelece a regra do STF.

Entre os três investigados, Osmar Jeronymo foi indicado pelo então governador André Puccinelli em 2015, Waldir Neves foi indicado em 2009 pelos deputados estaduais (durante o mandato de Puccinelli) e Chadid também foi indicado pelo ex-governador, porém, ocupou a vaga do Ministério Público de Contas.

A Polícia Federal começou a investigar os conselheiros depois de suspeitas de que eles teriam recebido vantagens em julgamento favorável à concessionária de limpeza urbana CG Solurb.

No decorrer das investigações, descobriu-se um esquema de uso de direitos para explorar mineração, concedido pelo Ministério de Minas e Energia, para “esquentar” dinheiro supostamente recebido ilicitamente.

Também foram encontradas suspeitas da prática de rachadinha (em que o advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, então assessor de Osmar Jeronymo, transferiu dinheiro para o conselheiro) e de um suposto esquema de transferências de recursos para uso em campanhas eleitorais envolvendo Jeronymo.

Investigados

Além de Waldir Neves, Ronaldo Chadid e Osmar Jeronymo, investigados pela Polícia Federal na Operação Mineração de Ouro, os conselheiros Márcio Monteiro e Jerson Domingos também foram alvo de investigações nos últimos dois anos.

DEFESA

Waldir Neves, que também é suspeito de usar laranjas para lavar dinheiro, foi o primeiro dos conselheiros investigados a manifestar-se publicamente.

Afirmou que está tranquilo sobre as investigações contra ele e que vai apresentar discordâncias no Supremo Tribunal de Justiça.

Além disso, afirmou que todos os negócios jurídicos foram realizados “na mais perfeita lisura”, pois todos foram declarados.

“Todo o pedido do MPF se baseou em negócios jurídicos devidamente registrados e constantes em minhas declarações de renda desde 2009, que, segundo a Receita Federal Brasileira [RFB], precisam ser melhor esclarecidos. Oras, prestar esclarecimentos se faz com meras intimações ao contribuinte para tal mister, não por medida de busca e apreensão previamente divulgada à mídia local, como acabou por acontecer”, rebateu.

Ele continua o texto afirmando que tem trabalhando incansavelmente para demonstrar que todos os atos dele citados no bojo da investigação foram feitos de forma legal e que “ninguém será surpreendido com o contrário das alegações da presente nota”.

Fonte: CE

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