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Gás de cozinha sobe 17,7% em um ano e já é vendido a R$ 115 em Mato Grosso do Sul

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O gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, sofreu reajuste de 5,9% nas refinarias da Petrobras no início da semana.

São 14 aumentos consecutivos desde maio do ano passado. Em Mato Grosso do Sul, o botijão com 13 quilos já chega a custar R$ 115.

Conforme pesquisa realizada pela reportagem do Correio do Estado, por telefone, em cinco municípios do Estado, o menor preço é praticado em Campo Grande, onde o preço do gás varia entre R$ 80 e R$ 90.

Já o maior preço está em Coxim, onde o botijão com 13 kg custa entre R$ 110 e R$ 115.

Para o proprietário de uma revendedora em Campo Grande Deivison Silva, não há como não repassar o reajuste ao consumidor final.

“As minhas vendas não caíram, mas não tenho como não repassar o aumento”, avalia.

O empresário de Coxim Sandro Barbosa explica que o revendedor acaba absorvendo parte dos reajustes, mas chega a um limite que não consegue mais.

“Está muito difícil. Aqui na cidade tem lugares vendendo ainda mais caro”, diz.

Ainda de acordo com a consulta realizada pela reportagem, em Dourados o gás varia entre R$ 85 e R$ 102, na cidade de Três Lagoas vai de R$ 95 a R$ 98 e em Corumbá o menor preço praticado é de R$ 88 e o maior valor é de R$ 103.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás), Zenildo Dias do Vale, o custo para os empresários está muito alto.

“As revendedoras que não conseguem repassar o aumento acabam fechando. As distribuidoras recebem o aumento e repassam na hora. Hoje, mais de 70% dos revendedores de Mato Grosso do Sul estão trabalhando no vermelho, se eles não repassarem, muitos vão fechar. O custo de operação está muito alto”, explica.

A pesquisa realizada pela reportagem do Correio do Estado não possui base científica e foi realizada por contato telefônico, nesta quinta-feira (17), nas cinco cidades mencionadas.

PREÇO MÉDIO

Conforme os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio subiu 17,7% no comparativo entre junho de 2020 e junho de 2021 em Mato Grosso do Sul.

No ano passado, o preço médio praticado no Estado era de R$ 71,33, enquanto nas primeiras semanas de junho deste ano foi a R$ 84,01 – diferença de R$ 12,68. O preço médio praticado é o maior desde o início do plano real.

O levantamento mais recente da ANP, realizado entre 6 e 12 de junho, aponta que em Mato Grosso do Sul o botijão com 13 kg é comercializado pelo mínimo de R$ 72,99 e o máximo de R$ 103.

Campo Grande, de acordo com a agência, comercializa o botijão com 13 kg pelo mínimo de R$ 74,90 e o máximo de R$ 90 – média de R$ 81,39.

Em Dourados, os preços vão de R$ 80 a R$ 98, e em Corumbá, de R$ 81 a R$ 103. Segundo o presidente do Sinergás, os preços variam de cidade para cidade em decorrência dos encargos com transporte.

“O gás vem de São Paulo e chega uma demanda grande para Campo Grande. Depois é distribuído para Corumbá, Coxim e todas as outras cidades. Esse custo vai aumentando por causa do transporte: tem lugares no Pantanal, por exemplo, que o gás desce de barco”, considera do Vale.

CENTRO-OESTE

O levantamento realizado pela ANP aponta que a Região Centro-Oeste tem o maior valor de revenda do gás de cozinha do País.

Na região, o GLP chega a custar R$ 125, enquanto no Norte custa até R$ 116, na Região Sul R$ 110 e no Sudeste e no Nordeste o preço máximo praticado é de R$ 105.

O presidente do Sinergás, que representa os empresários e as revendedoras de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, acredita que a política de preços da Petrobras deveria ser alterada.

“No ano passado, o gás custava entre R$ 65 e R$ 70. Hoje, chega a R$ 130 na Região Centro-Oeste. O governo federal tirou R$ 2,18, e subiu mais de R$ 15 na Petrobras. Não é tirando imposto que vamos reduzir o preço do gás, é alterando a forma de cobrança da Petrobras”, explica Zenildo do Vale.

A redução de R$ 2,18 a que o sindicalista se refere é devido ao decreto nº 10.638, de março deste ano, que reduziu as alíquotas da Contribuição para o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre a comercialização interna e a importação de óleo diesel e GLP destinado ao uso doméstico.

Entre março e abril, a soma da contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins cobrada na venda e importação de GLP destinado ao uso doméstico correspondia a R$ 167,70 por tonelada (ou R$ 2,18 por 13 quilos) e foi zerada pelo governo federal.

REAJUSTES

A Petrobras informou que a partir do dia 14 de junho o preço do GLP repassado às distribuidoras aumentaria em R$ 0,19 o quilo (ou 5,9%), passando o preço nas refinarias para R$ 3,40 por quilo.

O último aumento do produto havia sido no dia 2 de abril, uma alta de 5%. Em fevereiro, o reajuste foi de 5% no preço médio do gás de cozinha. E em janeiro, a estatal anunciou aumento de 6% nos preços praticados nas refinarias da Petrobras.

“Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, diz a companhia em nota.

Ainda de acordo com a estatal, os preços ao consumidor não são de responsabilidade da Petrobras.

“Os preços de GLP praticados pela Petrobras seguem a dinâmica de commodities em economias abertas, tendo como referência o preço de paridade de importação, formado pelo valor do produto no mercado internacional mais os custos que importadores teriam, como frete de navios, taxas portuárias e demais custos internos de transporte para cada ponto de fornecimento”, informa em nota.

 

Fonte:CE

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