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Casal faz aventura pelo mundo dentro de um motorhome

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Ao chegar na etapa da aposentadoria, é comum diminuir o ritmo para se viver uma fase mais sossegada e tranquila. Pois não para Luís e Déborah Schünke, o casal de gaúchos e sul-mato-grossenses do coração que investiram em um super motorhome para chamar de seu. A ideia? Rodar praticamente todos os países da América do Sul, Central, cruzar os Estados Unidos pela costa oeste até o Alasca. Simplesmente, de Aquidauana – o ponto de partida – para um mundo sem destino.

A ideia é mais antiga do que se pensa, conta Luís. “Sempre fomos espirituosos, aventureiros natos. Já mochilamos por alguns países da América do Sul e isso fez aumentar nossa paixão por viajar. Desde que motorhomes eram construídos em grandes ônibus já imaginávamos algum dia ter o nosso também”, recorda.

De fato, só começaram a pôr o sonho em prática quando finalmente se aposentaram – ele do sistema financeiro e ela da área da educação – há 4 anos. “E levamos outros 10 meses mais para escolher o veículo, comprá-lo e fazer a preparação de tudo”, acrescenta a esposa.

Montagem com fotos do interior do motorhome; “veículo é simples mas conta com espaço de sobra”, diz o casal.

E como se deu esse planejamento? “Primeiro fizemos uma revisão geral no automóvel já que nosso percurso é, digamos, um pouco longo (mais de 12 mil quilômetros). Depois detalhamos o trajeto, não só em termos do itinerário mas com uma lista de tudo aquilo que precisaríamos, considerando aspectos climáticos e culturais. Partimos também para a etapa de documentação, como a renovação dos nossos passaportes, checagem de vistos, atualização da carteira de habilitação internacional… é realmente muito preparo”, detalha o casal de cinquentões.

Para os dois, jornada que já está valendo a pena mesmo antes de começarem. O prazo para caírem na estrada está marcado para o próximo mês, julho. “Se trata de uma mudança radical em nosso estilo de vida. Para se viver no motorhome, é preciso ter hábitos mais minimalistas, apesar de que pesquisamos muito antes de comprar o nosso modelo de veículo, que é confortável e oferece espaço suficientemente, mas é claro que para isso tudo deve ser calculado”, explica Luís.

“Hoje queremos viver de maneira mais simples, despreocupados com valores materiais e permitindo que possamos nos conhecer mais como seres humanos. Parar de olhar para o relógio, lembrar de compromissos diários e obrigações sociais, dos filhos – já que estão todos criados – mas redescobrirmos nossa verdadeira essência”, adiciona Déborah.

Aqui, casal posa Machu Picchu, no Peru, quando fizeram uma de suas primeiras aventuras enquanto mochileiros.

Sonho maior que o vírus – Nem a pandemia do novo coronavírus está impedindo a viagem acontecer. Apenas, porém, fez com que o itinerário fosse alterado devido às recentes restrições de entrada e saída das fronteiras argentinas e uruguaias. O projeto ainda sairá, mas agora com roteiro alternativo até o fim do ano.

“Partiremos para os estados do sul do Brasil aproveitando o inverno e posteriormente retornaremos percorrendo Minas Gerais e os estados do nordeste. Se porventura as fronteiras reabrirem, partimos novamente para Ushuaia, na Argentina, com destino ao Alasca, fazendo o retorno pelo leste canadense até chegar em Miami, onde dali pretendemos seguir para a Europa, começando pela ‘terrinha’, Portugal”, comenta o esposo.

“Prestes a cair” lá de cima, Luís e Déborah brincam na neve permanente do monte Chacaltaya, em La Paz, Bolívia.

Já devidamente vacinados, os dois dizem que tomarão todos os cuidados necessários com relação à covid-19, além de estarem preparados física e psicologicamente com as adversidades no caminho. “O melhor dessa história é que já temos onde ficar: em nossa casa sobre rodas. Não precisaremos adentrar hotéis ou pousadas, nosso contato portanto será entre a gente mesmo”.

E isso não será outro problema, isto é, de passarem um bom tempo lado a lado. “A experiência que tivemos enquanto mochileiros foi maravilhosa, conseguimos nos conectar com os lugares e um com o outro, como parceiros no amor, na amizade, na vida. Como indivíduos, temos personalidades bastante diferentes, mas enquanto casal sonhamos juntos”. Até o momento, já somam 36 anos de vida a dois.

Na viagem ao Peru, os dois inclusive se caracterizaram tipicamente, com pollera (saia), chullo (gorro) e poncho.

A ansiedade que é enorme já vem sendo compartilhada pelas redes sociais – inclusive com vídeos para o YouTube – e também em textos para o blog Enfim no Mundo, criado especialmente para o projeto que será atualizado sempre que possível.

“Queremos mostrar às pessoas que a idade é apenas um número, pois o que vale é sonhar alto e correr atrás para realizá-lo. A qualquer momento da vida, basta por em prática”, finalizam.

No Morro do Paxixi, “Errar, acertar, desbravar, lutar e, sobretudo, aprender… tudo isso torna a vida fabulosa!”.

Fonte: OPantaneiro

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