“A travessia do rio atende uma das maiores regiões de produção de gado, temos o maior leilão com comercialização de cinco mil animais e ainda o turismo de pesca e contemplação. O serviço prestado compreende a atividade econômica e coloca em risco a vida das pessoas”, afirma Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá.
O serviço de balsa é uma concessão da Marinha e está sendo explorado desde os anos de 1960 por uma empresa de navegação do município, que sublocou para terceiros.
O atual operador reajustou o preço do transporte de veículos à revelia e de forma abusiva, segundo o sindicato. A travessia de um veículo de passeio custa R$ 60,00, e de um caminhão, R$ 150,00.
“A balsa é improvisada e a empresa não emite nota, portanto, não deve pagar impostos, e os seus funcionários diaristas não usam nenhum equipamento de segurança, como os EPIs exigidos durante a pandemia do coronavírus”, critica Leite.
Para o presidente, o serviço deveria ser transparente. “O serviço deveria ser contratado mediante licitação e transparência”, sugere.
Trajeto
A travessia de balsa é o único meio de acesso às rodovias MS-228 e MS-184, que integram a Estrada-Parque, unidade de conservação que concentra uma rede de hotéis, pesqueiros e pousadas, a partir do entroncamento com a BR-262.
Para o turismo, em tempos difíceis como a pandemia do coronavírus, o acesso às pousadas e aos pesqueiros situados ao longo da Estrada-Parque garante o fluxo de visitantes e a manutenção da atividade.
A facilidade de chegar aos atrativos tem amenizado os impactos econômicos, segundo o trade turístico da região informou em abril deste ano, com a queda acentuada no fluxo de turistas de natureza e de pesca.
No Porto da Manga e no Passo do Lontra, às margens dos rios Paraguai e Miranda, hotéis e pesqueiros estão recebendo clientes que chegam em carros de passeio. As pousadas continuam operando normalmente com ecoturismo.