Segundo a corporação, a maioria dos mortos eram suspeitos de integrar o tráfico. Um policial morreu durante a ação: o agente André Frias, que integrava a Delegacia de Combate às Drogas, foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu.
Batizada de Operação Exceptis, a empreitada começou logo cedo, pouco depois das 6h, quando moradores já relatavam a presença de helicópteros sobrevoando a região e de intensa troca de tiros. Além dos mortos, houve feridos – inclusive dentro da estação de metrô de Triagem, da linha 2.
Em nota, a Defensoria Pública do Rio informou que “está acompanhando com muita atenção” os desdobramentos da operação desta manhã e que está na comunidade.
“Neste momento, a instituição está no local, por meio de sua Ouvidoria e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, ouvindo os moradores e apurando as circunstâncias da operação, a fim de avaliar as medidas individuais e coletivas a serem adotadas. Desde já, manifestamos nosso pesar e solidariedade aos familiares de todas as vítimas de mais essa tragédia a acometer nosso estado.”
Feridos no metrô
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a janela de uma das composições do modal, que naquele trecho circula na superfície, com uma marca de tiro. O Metrô Rio informou que uma pessoa foi ferida por estilhaços de vidro; a outra, de raspão no braço.
Segundo a Polícia Civil, traficantes estão aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção. Os criminosos, diz a corporação, exploram tráfico de drogas, roubo de cargas e de pessoas, além de homicídios e sequestros de trens da SuperVia, prática que ocorreu em dois momentos recentes, em dezembro de 2020 e no mês passado.
A ação é coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com apoio de outras unidades do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Segundo um estudo divulgado no mês passado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF), as operações policiais no Rio de 2007 a 2020 têm apenas 1,7% de eficiência. O índice foi criado considerando, por exemplo, o que embasou a operação – se houve autorização judicial -, o número de apreensões e a quantidade de mortos. Boa operação seria aquela embasada pela Justiça, com muitas apreensões e poucas mortes.
Fonte: Estadão