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Em dois meses, MS pode viver novo pico da Covid-19, avalia especialista

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Mato Grosso do Sul pode voltar a ter dias difíceis daqui a dois meses, em decorrência da pandemia da Covid-19, com aumento de casos, mortes e internações.

É o que avalia o médico infectologista Julio Croda, que também é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Eventualmente, daqui a dois meses pode retornar o cenário de março e da primeira quinzena de abril, com o patamar muito elevado de casos, óbitos e também de internações. É possível que haja um repique e que o sistema de saúde fique sem capacidade de atender”, avalia Croda.

Segundo o infectologista, a falta de medidas efetivamente restritivas e que podem ajudar a reduzir drasticamente a taxa de contágio é um dos fatores que podem contribuir para o novo crescimento da doença no Estado.

“É necessário que haja muito mais medidas restritivas, porque, independentemente das variantes, se tivéssemos medidas restritivas as infecções teriam baixado. As medidas de distanciamento social são eficazes para todos os tipos de cepas”, explicou o pesquisador.

Este mesmo cenário já foi vivido por Mato Grosso do Sul duas vezes. Isso porque o primeiro pico da pandemia foi entre os meses de agosto e setembro de 2020.

Em agosto, foram 24.001 casos e 489 mortes, já no período seguinte foram 20.769 casos e 430 óbitos.

Logo depois, em outubro e novembro, o Estado viveu uma queda da doença, mas em dezembro atingiu o maior número de casos da pandemia até agora.

Foram 34.700 episódios e 588 mortes.

Os dados voltaram a baixar em janeiro e fevereiro, mas tiveram um crescimento expressivo em março e abril.

Em março, foram 34.070 casos e 1.081 mortes, já o mês passado fechou como o mais letal da pandemia até então, foram 1.317 mortes e 32.587 confirmações da doença.

DECRETOS

Mato Grosso do Sul teve, no fim de março, duas semanas de medidas restritivas mais severas, com o toque de recolher iniciando-se às 20h e o comércio fechado para atendimento presencial, podendo funcionar apenas com delivery.

As medidas mais restritivas começaram no dia 22 março, quando algumas prefeituras, incluindo a de Campo Grande, anteciparam feriados municipais para que a administração tivesse uma semana com serviços não essenciais fechados.

No período, foram compensados feriados de 2021 e 2022, que incluíam o dia do padroeiro da cidade e o aniversário da Capital, em 13 de junho e 26 de agosto, respectivamente.

A medida era válida até o dia 28 de março, mas o governo do Estado publicou outro decreto estendendo a determinação para todos os municípios, com antecipação do toque de recolher.

Com isso, a restrição imposta pelo Executivo estadual passou a valer de 26 de março a 4 de abril, quando era permitida a abertura de apenas 45 atividades consideradas essenciais.

No caso das atividades essenciais, o funcionamento ficou restrito da seguinte forma: de segunda a sexta-feira, das 20h às 5h, e aos sábados e domingos, das 16h às 5h, com limitação de atendimento ao público de no máximo 50% da capacidade instalada, bem como distanciamento de 1,5 metro e medidas de biossegurança.

REDUÇÃO

Quase um mês depois que as atividades voltaram ao normal, Mato Grosso do Sul apresentou queda em todos os índices, tanto na taxa de contágio, que chegou a apresentar 1,12 e agora está abaixo de 1, como na média móvel de casos, óbitos e internados.

Entretanto, os parâmetros continuam altos, com uma média móvel acima de 40 mortes por dia e média de mais de 900 casos diários.

No caso das internações, Mato Grosso do Sul está há mais de 40 dias com mais de mil pessoas confirmadas com Covid-19 internadas em leitos clínicos e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O dado não contabiliza suspeitos.

Para Croda, uma forma de evitar que esse cenário volte a aumentar seria a conscientização da população para que ela adote medidas individuais mais rígidas de distanciamento e intensificação da higiene pessoal.

“Mais rigor no distanciamento e uso de máscaras mais eficientes, que podem ser de pano mesmo. As pessoas podem também utilizar duas máscaras, uma de tecido e outra descartável, para aumentar a proteção”, orientou o médico.

 

Fonte:CE

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