Desde o ano passado cinco entidades – Instituto Raquel Machado, AMPARA Silvestre, Rede Pro UC, Via Fauna e Fundação Neotrópica do Brasil – se uniram para fazer algo efetivo para salvar vidas, tanto de animais, quanto de pessoas na região de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Nesta semana, o grupo de representantes que querem diminuir o número de atropelamento da fauna e a perda de vidas em acidentes na estrada ao entorno do polo turístico se reuniu com representantes do governo do Estado e da Assembleia Legislativa.
O projeto Bonito Não Atropela aponta que a longo prazo tamanduás bandeiras, antas, onças, entre outras espécies podem desaparecer por conta das colisões fatais nas rodovias que cortam o Mato Grosso do Sul. “O que nenhum turista quer é dar de cara com os animais que o encantam mortos nas estradas, o que é péssimo para a imagem do município e do Estado”, disse uma das integrantes do projeto, Yolanda Mangieri.
Mãe e filhote de tamanduá morreram atropelados na estrada; projeto Bonito Não Atropela quer por fim a essa tragédia nas rodovias estaduais (Foto Divulgação)
As ações previstas só poderão ser implantadas com o consentimento da Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos). A primeira fase do projeto que inclui a instalação de placas e passagens aéreas para fauna. Ao todo 11 pontos pontos com potencial para instalação de passagens superiores de fauna foram identificados no trecho que inclui MS-382, MS-178, MS-345 e a Estrada do Turismo.
Segundo outro integrante do projeto, Mauricio Forlani, o primeiro diálogo com o secretário de Estado de Infraestrutura e Obras, Eduardo Riedel, foi positivo. “O objetivo de trazer maior segurança para os usuários e animais nas rodovias de Bonito. O sucesso do projeto depende do envolvimento coletivo para que as medidas de mitigação sejam implementadas.”
No encontro foram solicitados os dados do monitoramento de fauna atropelada que a Agesul tem, em colaboração com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). “Estes dados são importantes para fundamentar a definição dos locais mais estratégicos para implementação de algumas medidas de mitigação. Também solicitamos autorização para a instalação de placas sinalizadoras e passagens superiores de fauna”, explicou.
No entanto, estudos revelam que as placas não reduzem o problema de fato, mas têm um caráter educativo e de orientação dos motoristas quanto a locais de maior risco de acidentes, por conta da passagem de animais. “Queremos colocar quantas forem necessárias, mas dependemos da anuência da gestora da via, no caso a Agesul, que precisa fazer uma avaliação no local e liberação da instalação.”
Um novo encontro com Riedel e integrantes do projeto Bonito Não Atropela deve acontecer ainda em maio para tratativas técnicas quanto ao projeto.
Fonte: CGN