Em uma das quatro barreiras sanitárias instaladas em Campo Grande, o movimento de veículos é grande, e, mesmo com previsão de início às 7h, equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) ainda não chegou para desinfectar os carros.
Na saída para Sidrolândia, o coordenador da vigilância sanitária Leonardo Jacarandá diz que devido a rápida decisão municipal de retomar a medida como forma de reduzir casos da covid-19, pode ser que ainda não houve tempo hábil de se deslocar até o local.
“A mesma equipe que faz desinfeção de terminais e feiras é a que vai fazer nas barreiras, e precisam de uma espera para atualizar os carros. Foi decidido em pouco tempo, em 24 horas. Na última barreira tivemos 10 dias para montar tudo”, comenta Jacarandá.
Na entrada, é feita aferição de temperatura, e aqueles que apresentarem sintomas de covid-19 são encaminhados para realizar teste rápido, e têm de assinar termo de responsabilidade para fazer um teste RT-PCR e comparecer em unidade de saúde.
Na prática, esses procedimentos médicos funcionam mais como orientação, já que não tem caráter obrigatório, ao menos por enquanto. Mesmo assim, os dados do indivíduo serão monitorados pelo sistema da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).
Movimentado – Van levava 14 pessoas, que tiveram de descer do veículo para que sua temperatura fosse aferida. Entre elas, a funcionária pública Vanderleia Santacruz, de 54 anos, veio de Maracaju para fazer tratamento médico na Capital e comenta que apoia as medidas, independentemente do tempo de espera. “Acho muito válido porque compensa todas as medidas de biossegurança”.
O motorista Carlosneide Ramos Chaves, de 62 anos, ressalta que a prevenção é importante, e ainda comenta: “Estão achando que a pandemia não é séria, mas esse vírus é muito sério”.
De volta – Após o aumento dos casos de covid-19 em Campo Grande e com a nova cepa do vírus já circulando em Mato Grosso do Sul, a prefeitura da Capital retomou barreiras sanitárias, que foram montadas inicialmente em maio e retiradas no início de julho do ano passado.
A falta de vaga nos hospitais para paciente com covid-19 também é preocupante, já que mais de 90% dos leitos já estão ocupados. Para o infectologista, Júlio Croda, apesar da tentativa de conter o avanço do vírus, as barreiras não serão eficientes.
“Não faz sentido a sanitização de ruas, já está provado que não funciona. Fazer barreiras nas estradas também não, porque o maior contágio é dentro da cidade e não fora. O teste rápido nesses locais também é inócuo. Detecta só quem já pegou a doença. Até agora, somente a ampliação de ônibus é a medida mais eficaz”, disse o médico em entrevista publicada mais cedo.
Fonte:CGN