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Começam a faltar sedativos e antibióticos para pacientes com covid em MS

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Não tem mais disponível no mercado os sedativos e alguns antibióticos que são utilizados para o tratamento de pacientes internados com covid. “As indústrias não têm condições de fabricar com volume que precisamos. Está em falta no Hospital Regional, como também falta no Albert Einstein e Sírio Libanês em São Paulo. A situação é a mesma em todo país. Mas quanto ao oxigênio, não temos previsão de problema ainda”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende.

Segundo ele, o procedimento tem sido substituir a medicação por outros remédios que podem fazer o mesmo efeito. “Estamos fazendo tudo o possível. Nossa equipe continua altamente envolvida para evitar mais mortes em Mato Grosso do Sul.”

A diretora presidente do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite de Melo, afirmou que reuniões realizadas ontem (08) durante todo o dia serviram para tentar minimizar a questão dos medicamentos que podem faltar nos próximos dias.

“As empresas que fornecem sedativos e alguns antibióticos estão com o estoque cada dia menor e o consumo dos pacientes com covid desses remédios é cinco vezes maior do que o que não tem a doença. Nossos estoques duram dez dias e as indústrias estão na capacidade máxima. Não terão condições de produzir e nos fornecer”, explicou Rosana.

Ela também tranquilizou a população em relação a questão de oxigênio no Estado. A previsão é que o quadro caótico registrado em Manaus (AM) não irá se repetir em Campo Grande. “A empresa contratada para fornecer oxigênio nos confirmou que teremos o suficiente para atender os pacientes. A nossa preocupação mesmo é a quantidade de medicações como relaxantes musculares e alguns antibióticos”, explicou.

Mas, se não houver mudanças até o final da semana o Hospital Regional pode chegar a um dos momentos mais críticos da pandemia até aqui. Hoje a unidade referência para o tratamento da doença está com 5% a mais do limite de capacidade. Todos os 118 leitos de UTI’s (Unidades de Terapia Intensivas) estão ocupados e nove pacientes aguardam leito na sala vermelha do hospital.

“Eles estão em uma área intermediária com ventilador e cuidados intensivos. Não é um leito de CTI, mas os cuidados são os mesmos”, justificou. Rosana acredita que a nova cepa P1 está circulando desde janeiro deste ano. “Estão vindo pacientes com aumento maior de infecção, cerca de duas a três vezes mais fortes e que evoluem para ventilação mecânica extremamente de forma precoce.”

A taxa de letalidade da doença também  parece estar maior, segundo ela. “Estamos colhendo o que aconteceu há sete, dez dias. Os pacientes são mais jovens, com 30 a 40 anos. Chegam aqui e já apresentam um quadro muito ruim. O momento agora é para ficar em casa. Evitar situações que não sejam o trabalho”, recomendou.

O hospital também está com a equipe defasada e não há inscritos para as vagas que estão abertas. Com isso toda a equipe fica sobrecarregada e tem funcionários até mesmo desistindo de continuar a batalha. “Estão extremamente decepcionados e deprimidos. Alguns a base de medicações. Saímos do plantão e no caminho de casa encontramos pessoas se aglomerando nas ruas, fazendo festas, comemorando não sei o que? Por isso não podemos julgar os profissionais. É triste demais ver pessoas colocando a vida em risco.”

 

 

 

Fonte:CGN

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