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Para Simone, derrota no Senado foi “vitória” na opinião pública

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A senadora Simone Tebet (MDB) obteve novamente destaque nacional após ser a primeira mulher a se candidatar à presidência do Senado nos 190 anos de história da Casa.

No pleito, ela acabou sendo derrotada por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tinha a preferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre (DEM-AP). Apesar do revés, ela julga ter saído vencedora, sobretudo pelo apoio que teve da opinião pública na disputa.

Não é a primeira vez que a senadora entra em uma disputa como essa no Congresso Nacional. Em 2018, ela bateu de frente com um dos caciques do seu partido, Renan Calheiros (MDB), no processo para a presidência do Senado. Ela afirma que, naquele momento, tinha a certeza de que poderia sair vitoriosa, porém decidiu não concorrer e apoiar Alcolumbre, que acabou sendo eleito.

Críticas ao Centrão

Sobre a disputa de 2020, Tebet afirmou que, apesar de não conquistar o objetivo de comandar o Senado, saiu ainda mais forte desse processo, pois marcou posição “contra uma política fisiologista, encabeçada principalmente por partidos que compõem o Centrão” e que voltaram a comandar o Congresso Nacional.

“Eu me sinto fortalecida, pois há momentos em que a gente ganha perdendo e perde ganhando. No confronto com Renan, em um ato de abnegação, não queria levar o processo para o segundo turno, pois é muito traumático para o Legislativo. Como os outros candidatos não cederam, eu cedi e abri mão de virar presidente. Porém, dessa vez eu não fui convocada pelo meu partido, pois o virtual candidato era o líder da bancada, o deputado Eduardo Braga, que 15 dias antes perdeu apoio e reconheceu que a única pessoa que poderia enfrentar essas forças que estavam aglutinadas com meu adversário seria eu. Fui para o embate, marquei posicionamento e mostrei que é possível fazer política sem se pautar pelo ‘velho toma lá dá cá’. Contudo, apesar da derrota, me sinto vitoriosa após o término desse processo”, explicou.

JOGO PESADO

A senadora revelou que o jogo para as eleições, tanto no Senado quanto na Câmara, foi pesado. Ela e seu colega de legenda Baleia Rossi (MDB), que concorreu à presidência da Câmara, tiveram que enfrentar a máquina governamental, que ofereceu cargos e liberou bilhões em emendas parlamentares para receber apoios de deputados e senadores.

“No meu caso, além de enfrentar quem comanda a União, ainda tive que me deparar com os recursos e a influência da presidência do Senado. Portanto, não houve paridade de armas, e três dias antes o MDB me liberou e avisou que racharia o bloco e não mais me apoiaria. Portanto, eu sabia que a derrota era iminente, mas decidi continuar minha caminhada, pois representava meu Estado, que nunca teve um parlamentar dirigindo nenhuma das Casas, bem como as mulheres, que sempre tiveram papel de coadjuvantes nesses processos. Para tentar me persuadir da minha candidatura, me ofereceram emendas, cargos, comissões, tudo o que se possa imaginar”, afirmou Tebet.

“No entanto, minha ética não faz curva. Sei que essa postura me traz muito desgaste político, mas eu sei que minha luta foi fundamental para que outras mulheres e os representantes políticos do meu Estado conquistem ainda mais esse espaço que foi aberto por mim nesse pleito do Senado”, analisou.

CENÁRIO PANDÊMICO

Tebet afirmou que, ao sabatinar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ele não soube responder uma pergunta, a qual ela classificou como simples, sobre o Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. “Perguntei a ele simplesmente quando teríamos todas as pessoas com idade acima de 60 anos e com comorbidades imunizadas, mas ele não soube me responder. Esse fato me assustou muito”, revelou.

O questionamento foi feito durante a sabatina realizada pelo Congresso Nacional no dia 11 de fevereiro. A audiência pública teve o objetivo de questionar ações do Ministério no combate à crise sanitária, bem como o cronograma de vacinação. Para a senadora, o que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu governo precisam entender é que a tão sonhada abertura total e a retomada da economia poderiam acontecer apenas após a imunização dos chamados grupos prioritários.

“Essa parcela da população estando vacinada, poderemos voltar, com restrições, é claro, a um certo nível de normalidade. Esse grupo é o mais vulnerável e é responsável pelo aumento ou não da taxa de ocupação nos hospitais, ou seja, eles estando imunizados podemos reabrir até baladas, pois poderá sobrar leitos e, caso alguém seja atingido pela forma mais grave da doença, terá o tratamento necessário para evitarmos a morte dele”, explicou.

 

Fonte:CE

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